Sem exageros
Flexibilidade faz parte do processo
Se um dia a dia desregrado rende crianças ansiosas e desorganizadas, uma rotina com cara de quartel também não cai bem. Nos fins de semana ela pode ser um pouco mais solta e nada impede que a criança durma até um pouco mais tarde ou a família almoce em um horário fora do padrão. Até os dias úteis podem ter uma organização mais flexível.
"Os horários servem para organizar o dia a dia e orientar pais e filhos sobre a sequência das atividades, mas nada impede que, se a mãe vai se atrasar para o almoço ou o pai não estará em casa na hora do jantar, essas atividades mudem um pouco de horário ou sejam feitas sem os pais", explica a psicóloga infantil Theresinha Vian Rambo. "Há muita pressão em cima das mães de que tudo tem que sair perfeito, como está no livros. Mas a criança não é um robô, então imprevistos acontecem e temos que tentar lidar com eles com tranquilidade", diz Maria Cecília, mãe de Lucas.
Dicas
Na hora de criar uma rotina para os bebês, o mais importante é ser paciente:
- Comece a estabelecer a rotina aos poucos. No início os horários de mamar e dormir são mais desregulados, o que é normal.
- Nos três primeiros meses siga os sinais dados pelo bebê. A partir dos seis meses, acostume-o a se alimentar mais ou menos nos mesmos horários.
- Não deixe as sonecas durante o dia passarem de duas horas para não atrapalhar o sono noturno.
- Coisas simples, como levá-lo para passear no começo da manhã e no fim da tarde, ajudam a se acostumar com a diferença entre dia, quando ele brinca e pode sair de casa, e noite, quando precisa descansar e dormir.
Fonte: Fernanda Roche, psicóloga.
Rotina faz bem e toda criança, desde os primeiros meses de vida, gosta. Para alguns pais a frase pode até parecer piada, mas os especialistas garantem que é verdade. "Quando vê que as coisas acontecem de forma parecida todos os dias, a criança se sente mais segura e menos ansiosa. Se ela tem horários definidos, provavelmente não vai dormir durante o dia e passar a noite em claro", explica Fernanda Roche, psicóloga e coordenadora geral do Espaço de Desenvolvimento Criança em Foco.
Entre os bebês, é importante, aos poucos, definir os horários para comer, dormir, tomar banho e passear. "Chega a ser engraçado, mas muitos quando veem que a mãe está sentada na poltrona do quarto arrumando a blusa sabem que é hora de mamar e começam a balançar a perninha e a abrir a boca", comenta Theresinha Vian Rambo, psicóloga infantil e membro da Comissão de Psicologia Escolar-educacional do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR).
Superativo, Lucas Yukio acabou de fazer um ano, mas já sabe contar as horas como ninguém. "Ele se adaptou tão bem à rotina que às vezes, no meio da tarde, vem engatinhando para o meu colo e começa a chamar a atenção. Quando olho no relógio, é a hora do lanche", conta a mãe, a cirurgiã plástica Maria Cecília Closs Ono. Mas se hoje é fácil, ela conta que a questão dos horários já foi bem mais complicada. "Nos primeiros meses, tentava fazer com que ele dormisse às 20 horas, mas ele ficava irritado e as tentativas eram frustradas", diz. A solução foi manter a calma e adequar a rotina ao perfil do menino.
Modelo
Não existe um modelo de rotina a ser seguido, então é bom os pais levarem em conta os hábitos da família. "Não adianta uma criança ter um horário para dormir que não possibilite ver os pais, que chegam muito tarde do trabalho. Para ela, estar com a família é mais importante que dormir precisamente às 20 horas todos os dias", explica a pedagoga e apresentadora da versão brasileira da série Doces Momentos, do canal Discovery Home&Health, Luciana Belliboni.E fica o alerta: a rotina organizada para as crianças deve fazer parte do dia a dia dos adultos também. Caso a criança passe o dia em casa sem os pais, a rotina deve ser compartilhada com a babá ou pessoa responsável pelo cuidado dos pequenos. "Ela deve conhecer e manter os horários estipulados", explica Fernanda.
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Interatividade
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