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Enquanto o governo da Venezuela prende opositorestenta mudar a Constituição para perpetuar Nicolás Maduro no poder, a UNE (União Nacional dos Estudantes) mantém uma postura de apoio ao regime chavista. 

Comandada pelo PCdoB há duas décadas e meia, a UNE deixou passar muitas oportunidades em que poderia expressar sua discordância com medidas do regime venezuelano – nas diversas vezes em que jovens foram mortos pela polícia, por exemplo. 

Mesmo esquerdistas convictos, como o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) têm criticado o governo da Venezuela. Mas este não é o caso da entidade que representa os estudantes brasileiros. Enquanto pede “Diretas Já” no Brasil, a UNE apoia um regime que viola a democracia na Venezuela e recebe reprimendas da comunidade internacional.

Veja seis ocasiões em que a UNE expressou apoio ao regime venezuelano. A última declaração favorável ocorreu há um mês e meio.

1) “Na América Latina o imperialismo tem retomado com força tentativas de desestabilização dos governos democráticos, como aconteceu no Paraguai e tentam fazer agora na Venezuela”. 

Resolução aprovada no Congresso da UNE, no fim de junho deste ano.

 

2) “Na América Latina, os governos progressistas e antiimperialistas vivem sob intensa pressão. Venezuela, Argentina e Brasil, dentre outros, hoje resistem a tentativas de desestabilização com fortes marcas de influência de agentes externos”. 

Resolução aprovada no Congresso da UNE em 2015.

 

3) “A UNE apoia o processo de revolução bolivariana para que ele não ceda às pressões da direita golpista. A entidade se posiciona ao lado da democracia e repudia qualquer tipo de tentativa de imposição ditatorial, seja na Venezuela como também em toda a América Latina” 

 Moção de apoio ao governo de Nicolás Maduro, aprovada pela diretoria da UNE em 2014. 

 

4)“Hugo Chávez sempre mostrou respeito e valorização à organização da juventude em todo o continente(...). A UNE admira a coragem com que o Chávez enfrentou a questão da educação e da pobreza em seu país”

Nota divulgada em reação à morte de Chávez, em 2013. 

 

5) “Chávez inaugurou o processo de eleições de governo progressistas na América Latina e com ele o projeto de integração do continente, fundamental para um desenvolvimento mais justo e solidário, ganhou força. A continuidade do governo Chávez representa a continuidade desse ciclo de integração latino-americana”.

Mateus Fiorentini, então diretor de relações internacionais da UNE, em apoio à eleição de Chávez para um quarto mandato, em 2012.

  

6) “O acúmulo de forças dos movimentos sociais é o que está em jogo. A eleição de Chávez é o caminho para aprofundar as transformações na América Latina”. 

 Daniel Iliescu, então presidente da UNE, também em apoio à eleição de Chávez em 2012.

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