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Contra a reforma

Semana começa com protestos e novas escolas ocupadas no Paraná

Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen, em  São José dos Pinhais | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Colégio Estadual Padre Arnaldo Jansen, em São José dos Pinhais (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

O número de escolas ocupadas em todo o Paraná subiu para cem nesta segunda-feira (10), quando ao menos três protestos de estudantes foram registrados em Curitiba. As informações são da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) e do movimento Ocupa Paraná (veja lista das escolas ocupadas abaixo). Procurada, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) segue declarando que não possui uma lista própria de colégios envolvidos no movimento e que, portanto, não nega nem reconhece os estabelecimentos listados pela Upes.

Os protestos - contra a reforma do ensino médio proposta no último mês - ocorrem agora em 24 cidades e contam com apoio também dos professores ligados à APP-Sindicato. Os alunos da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), sede de Marechal Cândido Rondon, também aderiram ao movimento.

São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), continua sendo a cidade com o maior número de ocupações, com 19 colégios. O número subiu também na capital, que agora tem 14 instituições ocupadas. As manifestações no Colégio Estadual Cruzeiro do Sul, no Santa Cândida, o último a aderir, começaram logo após o fim de semana de protestos dos estudantes, professores e servidores da educação.

Protestos da manhã

O início da manhã desta segunda-feira foi marcado por manifestações em alguns pontos da capital: nas imediações do terminal do CIC (Cidade Industrial de Curitiba), em alguns pontos da Avenida Victor Ferreira do Amaral, no Tarumã, e também no Sítio Cercado. Nesse último bairro, a canaleta por onde passa ônibus de linha direta (o “ligeirinho”) chegou a ficar bloqueada por alguns minutos, mas os estudantes a liberaram logo em seguida. A Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) informa que nenhum ponto da cidade chegou a ficar totalmente bloqueado.

Em Cascavel, um grupo de estudantes protestou em frente à prefeitura da cidade e depois ocupou o saguão da Câmara de Vereadores, minutos antes da sessão plenária. “Governo, a culpa é sua, lugar de estudante é na escola e não na rua”, cantavam os manifestantes. Policiais militares acompanharam a manifestação.

Segundo Matheus dos Santos, presidente da Upes, diversos atos estão sendo organizados espontaneamente pelos alunos e devem continuar ocorrendo ao longo da semana. “As manifestações nas ruas estão sendo organizadas pelos estudantes dos bairros. Eles têm as mesmas demandas de todo o movimento”, explica.

A mobilização dos alunos é contra a Medida Provisória (MP) 746, chamada de “reforma do ensino médio”, que prevê alterações no ensino. A MP propõe, entre outras mudanças, a transformação da jornada diária de quatro horas para sete horas e a flexibilização da escolha das disciplinas.

“As manifestações são um aquecimento para o grande ato dos estudantes”, afirma Matheus. A passeata ainda não está marcada.

Segundo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), atos acontecem também em Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Brasília, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul e Pernambuco.

Protestos do final de semana

Milhares de pessoas, entre estudantes, professores e servidores estaduais, participaram neste domingo (9), em Curitiba, de um protesto contra os governos federal e estadual. De acordo com estimativa da Upes, mais de 4 mil participantes se concentraram na Praça Santos Andrade. A Polícia Militar (PM) acompanhou todo o ato, inclusive com soldados à paisana, mas não fez estimativa de participação.

O ato público foi organizado pelo grupo CWB Contra Temer, a Upes e estudantes que ocupam colégios estaduais no Paraná.

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