Exposição em escola de Cambé (PR) tem referências explícitas ao suicídio| Foto: Toni Eferson / Arquivo pessoal

A escola paranaense que realizou uma exposição com referências diretas ao suicídio, ao aborto e à profanação da Bíblia pode ter que se explicar à CPI dos maus tratos no Senado.

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O senador Magno Malta (PR-ES), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, quer convocar os responsáveis pela Escola Dom Geraldo Fernandes, de Cambé a explicar o que ele chamou de “acinte à família, às crianças e à lei”.

A exposição, repleta de cenas perturbadoras, ocorreu na quinta-feira no refeitório da escola. Imagens feitas por Toni Eferson, que é padrasto de um aluno do 9º ano, mostram bonecos pendurados em cordas amarradas no pescoço, como se tivessem se enforcado. 

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Na mesma instalação, uma forca vazia, pendurada na parede, é acompanhada por dois cartazes. “Soluções para seus problemas?”, diz um. “Soluções para seus defeitos?”, diz o outro. 

 

Outra parte da exposição mostra uma simulação realista de um aborto. Ao lado de uma boneca ensanguentada, sob um cartaz que diz “Objetos para abortos”,  há frascos (um deles identificado como “chá abortivo”), agulhas de tricô e outros itens. 

Uma Bíblia rasgada e parcialmente queimada, com colagens de notícias sobre abusos sexuais cometidos por padres e pastores, também fez parte da exposição.

 
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O material foi produzido por alunos, como parte de uma atividade obrigatória.

À Gazeta do Povo, Eferson disse que a escola não respondeu seus questionamentos: “Antes de fazer o boletim de ocorrência e a denuncia junto ao Ministério Público, entramos em contato com a escola e não tivemos retorno”, afirmou ele neste sábado.

Ele critica a exposição do material, sem qualquer contextualização: “Não havia nenhuma placa de orientação dizendo pra não fazerem ou se prevenirem”, afirma.

O senador Magno Malta (PR-ES) pediu à promotora local Patrícia de Macedo Grilli que tome as providências “de maneira que as provas não desapareçam” neste fim de semana.

Malta quer convocar os professores e o diretor da escola para falar à CPI. Para o senador, o caso é um “verdadeiro escárnio” e um “acinte à família, às crianças e à lei”. Ele afirmou que os responsáveis são “criminosos travestidos de professores”. 

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O vereador de Cambé Paulo Soares também foi até o local e pediu providências da prefeitura e do núcleo regional de educação. Ele afirmou que a exposição é “um ataque às religiões”. 

A Polícia Civil também já entrou no caso e investiga se houve indução ao suicídio e apologia ao crime.