Faltando poucos dias para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), programado para os dias 21 e 28 de novembro, um grupo de 28 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela aplicação do Enem, pediu exoneração. No ofício encaminhado à diretoria do Inep nesta segunda-feira (8), os funcionários dizem que o pedido coletivo de exoneração não se deu por uma decisão política, ideológica ou de cunho sindical, mas pela "fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima" do órgão.
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Em nota, a Associação dos Servidores do Inep (Assinep) disse que, mesmo com os quase 30 pedidos de exoneração, os demais servidores do Inep seguem trabalhando. “Mas ressaltamos que todas as ações institucionais da autarquia precisam de direcionamento técnico de gestores devidamente capacitados nas temáticas”, diz a nota. O documento pede ainda que o Ministério da Educação e o governo federal intervenham na situação para “equacionar a situação e reduzir os riscos para a sociedade”.
Na semana passada, a equipe do Inep já havia feito uma assembleia e alertado sobre os alegados problemas de gestão. Em um ato em frente ao prédio do Instituto feito na quinta-feira (4), alguns funcionários afirmaram haver “um clima de insegurança” e que os técnicos do Inep não estariam sendo ouvidos. Uma das principais reclamações dos funcionários foi a de que equipes que normalmente participavam do planejamento do exame foram excluídas do processo.
Um documento divulgado pela Assinep na época citou a existência de problemas estruturais que estariam sendo negligenciados, além de casos de assédio moral, sobrecarga de trabalho e a desconsideração dos aspectos técnicos para a tomada de decisão. “Problemas de saúde e níveis excessivos de ingerência, que impossibilitam o devido cumprimento das tarefas, resultaram em diversos pedidos de exoneração de cargos e funções comissionadas”, diz um trecho do documento.
Os servidores também contestam diretamente a atuação do presidente do Inep, Danilo Dupas. No texto divulgado pela Assinep, Dupas é acusado de usar os canais de comunicação do Instituto para “autopromoção” ao mesmo tempo em que não estaria participando de grupos de trabalho dentro do próprio Inep. De acordo com o texto, a atuação de Dupas seria “uma gestão caracterizada por afugentar e oprimir pessoas, o que gera vulnerabilidades aos exames, avaliações, censos e estudos, comprometendo a trajetória exitosa de 85 anos do Inep”.
Procurada, o Inep não respondeu à reportagem.
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