Uma boa forma para avaliar a preparação sem os riscos de uma prova real, os simulados são uma ferramenta de aprendizagem e adaptação: com a prática proporcionada pela simulação, estudantes têm a chance de se prepararem para o conteúdo, modelo, duração e ambientação de provas de vestibular e concursos.
Levantamento realizado por pesquisadores da Washington State University apontou que uma das maneiras mais eficazes de reter os conceitos aprendidos pelo estudante é por meio de provas de baixo risco, como simulados e outros testes preparatórios para avaliações.
A pesquisa teve como base 118 estudos sobre o desempenho de estudantes em simulados e indicou que alunos que fazem esse tipo de teste tem resultado superior ao dos colegas que fazem provas sem a mesma preparação.
Isso ocorre porque os estudantes têm a oportunidade de avaliar seu nível de conhecimento e corrigir as lacunas de aprendizagem antes da realização da prova.
“O simulado tem dupla função: o acerto permite firmar conhecimento e o erro dá ao aluno a oportunidade de corrigir suas falhas”, avalia Luís Fernando Cordeiro, Orientador Educacional e professor de Física do Curso Positivo.
Quando o simulado é feito com o objetivo de preparar o aluno para uma universidade específica, as escolas e cursos elaboram testes alinhados ao perfil da instituição. Para isso, são considerados fatores como nível de dificuldade, linguagem dos enunciados e conteúdos cobrados em provas anteriores. Com uma prova parecida com a da instituição desejada, o estudante pode ter uma referência do seu desempenho em condições similares à da prova real.
“A simulação passa a ser uma referência para o aluno a partir do momento em que ele sabe o curso que ele quer e a nota de corte. Com isso, ele avalia se está abaixo ou acima da nota necessária, e tem informações para evoluir nos pontos que precisa”, diz Cordeiro.
Outra opção é o aluno criar simulados por conta própria – uma alternativa para estudantes que não têm esse tipo de atividade no seu cotidiano escolar. Aqui um bom caminho é resolver provas anteriores da própria instituição em que se fará a prova ou mesmo de outras instituições com perfil similar.
“Quando o aluno, por livre e espontânea vontade, monta um simulado, pedagogicamente terá um efeito muito positivo”, destaca Cordeiro.
Para que os simulados preparem o estudante para a prova, é necessário atentar-se a condições além da própria avaliação, como tempo de duração, regras de resolução da prova e o ambiente em que ela é realizada.
A repetição das etapas é uma forma de aumentar a probabilidade de aprovação, de acordo com estudo realizado por pesquisadores de psicologia e estatística nos Estados Unidos: a pesquisa indicou que a repetição de passos motiva os estudantes a estudarem mais, o que resultou em notas 30% maiores.
Com simulados aplicados de modo centralizado pela escola, é necessário que a instituição mantenha separadas as funções de preparar alunos para uma prova e avaliar o seu desempenho nos conteúdos escolares.
“Não é esse o objetivo de um simulado”, destaca Acedriana Vicente Sandi, diretora pedagógica da Editora Positivo. Segundo ela, eles não têm a mesma natureza de uma prova: o objetivo é fazer o aluno dominar o formato, e não apenas o conteúdo.
“Existem escolas que dizem que se não for aferida uma nota nos simulados os alunos não vão levar a sério. A grande questão é que é preciso levá-los a sério porque os estudantes realmente terão que enfrentar as provas”, diz.
“O que está sendo testado naquele momento, muito mais que o conhecimento em si, é a forma como esse conhecimento se apresenta para a avaliação”, completa Acedriana.
Para ela, a simulação de todas as condições da prova é essencial para o estudante avaliar seu desempenho em aspectos exteriores ao conteúdo cobrado nas questões, desde a agilidade de resolução da prova dentro do tempo previsto até a leitura e preenchimento correto de gabaritos.
“O simulado traz uma vivência da realidade para que os estudantes possam identificar os pontos que eles dominam na performance de uma avaliação e os pontos que eles precisam melhorar. E, inegavelmente, a simulação fará com que o desempenho melhore”, conclui.