Déficit de atenção, metodologia de ensino e relações interpessoais estão entre os fatores que podem contribuir para que o estudante tenha dificuldades na aprendizagem. "Esse problema é multifatorial. A ele está aliada a síndrome da privação cultural, ou seja, a falta de acesso à cultura, que atinge muitas crianças", diz a coordenadora do curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Maria Sílvia Bacilla Winkler.
Dentro desse contexto, a família tem um papel relevante. "O ideal é que ela cerque a criança de livros, leve-a ao teatro e ao cinema e faça perguntas sobre o que ela percebe do que lê e vê. Já o jovem tem de ter disciplina de leitura e, para isso, é fundamental a ação dos pais", comenta a professora.
O idealizador da Cidade do Livro primeiro parque temático de São Paulo voltado à leitura , Cláudio Amadio, fez o projeto porque acreditava no resultado do incentivo ao ato de ler. "Existe uma acomodação dos pais em achar que basta o filho estar na escola. Falta acompanhamento", diz.
Tanto ele quanto as pedagogas acreditam que o hábito de leitura da família é fundamental para formar o da criança. "É difícil transformar um adulto em leitor. Por isso acredito que construir esse costume nos jovens vai diminuir o número de analfabetos funcionais", comenta Amadio.
A idéia do empresário foi construir um local em que as crianças pudessem interagir e perceber que a leitura pode ser divertida. "Queremos desmistificar o pensamento de que o livro é chato. Geralmente, quando os pais querem penalizar os filhos, colocam-no num local isolado e dão um livro para ler. Isso contribui para que ele crie essa impressão errada", diz. (AS)