Depois de defender a tentativa do governo de fazer uma reforma do ensino médio por meio de medida provisória, em um evento em São Paulo, o presidente Michel Temer brincou com a plateia dizendo que decidiu aposentar a mesóclise.
“Quero dizer aqui a vocês que não vou usar mais mesóclise porque li num artigo ontem de um cidadão até ilustre me criticando porque falo o português corretamente. Não entendi muito bem, mas o título era “Comunicar-se-ão”. Aí eu disse pra mim que não usaria mais”.
Na frase seguinte, após o presidente soltar um “fazê-lo”, arrancou risos da plateia.
“Eu tomo a liberdade de fazê-lo, opa, ou melhor dizer... Porque essas coisas vão sendo divulgadas e daqui a pouco sou eu o inadequado”.
O presidente saiu sem dar entrevista. Ele deve ficar em São Paulo até a eleição de domingo, quando deve votar pela manhã num bairro da Zona Oeste.
Mesóclise e latim
A mesóclise, que está em desuso na linguagem informal, é uma das construções com pronome preferidas por Temer. Na sua posse como presidente, elas apareceram em várias frases. “Nenhuma dessas reformas alterará os direitos adquiridos pelos cidadãos brasileiros. Quando menos fosse sê-lo-ia pela minha formação democrática e pela minha formação jurídica”, disse, por exemplo, o presidente.
Temer, advogado, também ressuscitou o latim, há muito tempo esquecido no Palácio do Planalto. “Vocês sabem que religião vem do latim religio, religare, portanto, você, quando é religioso, você está fazendo uma religação. E o que nós queremos fazer agora, com o Brasil, é um ato religioso, é um ato de religação”, disse, também durante a posse.
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