Um novo tipo de enlatado deve chegar à mesa dos consumidores brasileiros assim que uma pesquisa desenvolvida em Toledo, no Oeste do Paraná, passe a ser comercializada. O estudo pretende viabilizar a oferta de tilápia preparada de modo semelhante ao das tradicionais sardinhas conservada em latas.
Os pesquisadores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) trabalham no projeto há três anos e incluíram no decorrer desse tempo outras seis espécies de peixe de água doce no trabalho. A ênfase dada à tilápia se deve à possibilidade de uma produção maior, já que é a espécie mais comum na região.
A autora do projeto é a aluna Ana Maria da Silva, do último ano de Engenharia da Pesca. A ideia veio à tona quando ela trabalhava em outra pesquisa, relacionada à inclusão de pescados na alimentação escolar. "Eu me perguntava, se era possível oferecer sardinha enlatada para as crianças, por que não tilápia?", conta.
Variações
Para levar o projeto adiante, Ana Maria buscou, além da orientação de professores da Unioeste, parceria com a Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), que ficou responsável pelo enlatamento. Desde então, foram produzidas cerca de 350 latas de 820 gramas com diferentes tipos de corte do peixe e três variações de molho: água e sal, tomate e óleo vegetal.
Segundo o professor Altevir Signor, orientador da pesquisa, alguns frigoríficos locais fizeram contato e demonstraram interesse, mas nada de concreto foi combinado para levar a novidade à indústria. Segundo ele, a equipe que trabalha com o projeto vem tentando obter recursos do Ministério da Pesca para aperfeiçoar a técnica e tornar o produto mais chamativo a potenciais investidores.
Uma das vantagens já constatadas da tilápia enlatada é o tempo de conservação. Enquanto a tilápia congelada dura no máximo seis meses, o peixe enlatado chega a dois anos sem perder suas propriedade nutritivas e de sabor.