O Ministério da Educação (MEC) informou ontem que a partir deste ano todos os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) terão acesso à correção da prova de redação, em cumprimento a um acordo firmado com o Ministério Público Federal (MPF) no ano passado. As informações são da Agência Brasil.As explicações serão encaminhas à Justiça em resposta a ações do MPF no Ceará e da Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que solicitaram que todos os estudantes inscritos no último Enem pudessem ter acesso às redações.
O edital do Enem não prevê a possibilidade de recurso, por isso muitos estudantes recorreram à Justiça para ter acesso à prova e tentar alterar a nota obtida. De acordo com o MEC, foram recebidos 122 pedidos judiciais de vista da prova da redação e todos foram atendidos. Desse total, 79 resultaram em pedidos de revisão das notas, mas apenas em dois casos houve alteração da pontuação por determinação da Justiça.
Entre os esclarecimentos que o ministério vai prestar à Justiça Federal, por meio da Advocacia-Geral da União, está o de que até o ano passado não havia uma ferramenta digital disponível para a consulta dos 4 milhões de participantes às folhas de resposta que trazem a correção da redação.
Tecnologia
Segundo o MEC, a tecnologia utilizada nas inscrições do Enem e do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que não apresentaram problemas neste ano, permitirá que o procedimento seja adotado a partir de 2012. O pedido de vista, entretanto, não garante que o participante poderá recorrer da nota alcançada.
Sobre as 129 provas que apresentaram "erro material" na sua correção, o MEC informou que todas as eventuais alterações foram comunicadas aos candidatos.
De acordo com o ministério, essas provas apresentaram problemas de inconsistência nos dados, que incluem rasuras no código de barra que faz a identificação do candidato, número de documento impresso errado e casos de estudantes com o mesmo nome.