O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli, encaminhou um pedido de inclusão do reitor Marcelo Recktenvald, da Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS), em Santa Catarina, no famoso inquérito das fake news. A requisição foi feita pelo sindicato dos professores da UFFS, o SINDUFFS, que organizou a invasão da reitoria após Recktenvald, terceiro nome da lista tríplice para reitor enviada a Jair Bolsonaro, ter sido escolhido para administrar a universidade em agosto de 2019.
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No dia 27 de maio, Recktenvald fez dois posts no Twitter apontados pelo sindicato como crimes "contra a segurança nacional" e "contra honra" e ato de improbidade administrativa em razão de "supostas manifestações ofensivas e desrespeitosas" contra os ministros do STF.
Em 27 de maio, quando o STF estava entre os assuntos mais comentados no Twitter, após os mandados de busca e apreensão no âmbito do inquérito das fake news - em que o STF é vítima, acusador e juiz -, Recktenvald usou a hashtag "#STFVergonhaNacional". Horas antes ele havia escrito: "Um cabo e um soldado resolveriam essa questão. Tenho a impressão de que nossas instituições estão perdidas". A referência do "cabo e do soldado" é de uma declaração feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, em 2018. Ele afirmou na época que “Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe. Manda um soldado e um cabo. Não é querer desmerecer o soldado e o cabo”.
À Gazeta do Povo, Recktenvald disse ter tomado conhecimento da ação do sindicato pelas redes sociais. Reiterando sua defesa às instituições democráticas, ele disse que o objetivo das suas mensagens na rede social não diziam respeito à intervenção militar ou fechamento do Congresso. E apontou a existência de perseguição ao pensamento conservador.
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"Em relação à expressão 'bastaria um cabo e um soldado', o SINDUFFS, afirmou que eu 'incitei o fechamento do Supremo Tribunal Federal mediante intervenção militar com um cabo e um soldado. Nunca falei em 'intervenção militar'! Nunca falei em fechar o STF! Essas palavras foram atribuídas a mim pelo SINDUFFS na tentativa de difamar minha imagem e me atacar, como tem feito desde minha nomeação, há quase um ano atrás. Fiquei admirado em ver como um sindicato de professores, que deveria honrar pela verdade, faz tamanha e absurda alegação negativa sobre a minha pessoa. Estou, por óbvio, tomando as medidas legais", afirmou.
O reitor avalia a ação do sindicato como um ato de perseguição ao pensamento conservador.
"Estou com a consciência limpa e reforço que a remessa dessa petição incriminatória pelo Sinduffs ao STF objetiva, apenas, a perseguição a minha pessoa. Desde o dia que fui nomeado pelo Presidente Bolsonaro à Reitoria da UFFS, o Sinduffs tem buscado ações para desmoralizar a minha imagem e a da UFFS, inclusive em pautas importantes para a universidade, de modo a prejudicar não só a mim, mas toda a sociedade", afirmou Recktenvald.
"Penso que esse tipo de atitude irresponsável faça parte de um conjunto de iniciativas para criminalizar o pensamento conservador no nosso país, predominante na nossa nação, que é temente a Deus e valoriza a família", acrescentou.
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