Na última terça-feira (30), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, se manifestou, no Twitter, em defesa da descentralização, ou corte, de verbas destinadas às universidades públicas do país - anúncio que gerou a revolta de sindicatos, educadores e estudantes. Em vídeo, Weintraub explica que "um aluno de graduação custa R$ 30 mil" ao ano, enquanto uma criança em uma creche custa ao governo R$ 3 mil.
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A ação, afirma ele, significa o cumprimento da "clara e explícita" promessa do governo de priorizar a Educação Básica. E, agora que "está apresentando seu plano de gestão", "criou-se uma polêmica enorme", afirma o ministro. "Para cada aluno que eu coloco na faculdade, eu poderia trazer 10 crianças para uma creche".
"No programa de governo que elegeu Jair Bolsonaro (PSL), estava muito claro, estava explícito, que a nossa prioridade era Educação Básica, pré-escola. Agora, criou-se uma polêmica enorme porque a gente está apresentando nosso plano de governo", disse Weintraub. O responsável pelo MEC ainda explica que a questão "não é interromper os cursos de graduação", mas redirecionar os investimentos da pasta.
Ensino Básico recebe um terço dos recursos do Ensino Superior
De fato, a fala do ministro está certa. Um estudo divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 2017, revela, por exemplo, que o Brasil investe cerca de US$ 3,8 mil ao ano em alunos da Educação Básica, mas os estudantes do Ensino Superior recebem U$S 11,7 mil de investimento- valor próximo ao praticado em Portugal e Espanha.
Os dados mostram que o país investe no Ensino Superior da mesma forma que países de primeiro mundo, mas quando se trata do Ensino Básico, o valor de recursos investidos cai significativamente.
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