Um em cada quatro cursos oferecidos em instituições públicas de ensino superior obteve uma classificação insatisfatória no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2015. Os cursos receberam pontuações nos níveis 1 e 2, de uma escala que vai até 5. Tiveram indicador 5, o maior, o equivalente a 8,9% dos cursos públicos avaliados.
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Os dados compõem os Indicadores de Qualidade de Educação Superior que nesta edição analisou 8.121 cursos nas áreas de Ciências Sociais, Ciências Humanas e afins (como Administração, Ciências Contábeis, Direito e Psicologia) e cursos tecnológicos em Gestão de Negócios, Apoio Escolar, Lazer, Produção Cultural e Design (Como Comércio Exterior, Gestão Pública e Design Gráfico). Os dados foram divulgados pelo nesta quarta-feira, 8.
Dos cursos de ensino superior de instituições privadas, 31,2% obtiveram classificação 1 e 2, em virtude do desempenho insatisfatório dos alunos; e 4,5%, o conceito 5, o mais alto.
O Enade é feito a partir da análise de dois componentes: uma prova geral, com 10 questões, aplicada para alunos de cursos das áreas que estão sob avaliação. Há ainda uma prova de habilidades específicas, que varia de acordo com o curso. A média obtida pelos alunos na prova de formação geral em nenhum curso ultrapassou 60 pontos, de uma escala de 0 a 100.
O desempenho mais baixo foi dos estudantes de Tecnologia, com uma média de 52,8. A média mais alta foi de Administração Pública, com 57,9. Na prova que analisou os componentes específicos, os resultados foram ainda mais baixos. Em nenhum curso o índice de acerto dos alunos ultrapassou a média de 45 pontos, também de uma escala que vai até 100.
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CPC
Feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o estudo de Indicadores de Qualidade de Ensino Superior analisa o desempenho do aluno, o desempenho do curso e da instituição.
O CPC, sigla para Conceito Preliminar de Curso, envolve, além do desempenho do aluno no Enade, a formação e carga horária de professores e a percepção do estudante sobre a infraestrutura do curso. Integrantes do Inep consideram esse indicador mais completo.
O desempenho obtido pelos cursos no CPC também foi considerado preocupante: 11,3% receberam classificações insatisfatórias (notas 1 e 2 de uma escala que chega a 5, a nota mais alta). Dos cursos de instituições públicas, 10,5% receberam CPC insatisfatório. Nas instituições particulares, 11,5% receberam conceitos 1 e 2. O CPC 5 foi alcançado por 0,4% dos cursos de escolas públicas, um desempenho ainda pior do que o das escolas privadas. Do universo das particulares, 1,5% alcançou a avaliação máxima.
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IGC
O Inep divulgou ainda um terceiro indicador, o Índice Geral de Cursos (IGC), que leva em consideração o desempenho do aluno, a formação do professor, a infraestrutura do curso e a classificação na pós-graduação. Em 2015, apenas 1,1% das instituições teve a nota máxima. Das instituições públicas, 4,9% alcançaram conceito 5, enquanto entre particulares apenas 0,6% chegaram à marca.
Entenda os indicadores
Agência Brasil
Anualmente o Inep avalia o ensino superior por meio de uma série de indicadores. Um deles é o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), aplicado aos estudantes concluintes do ensino superior. A cada ano um grupo diferente de curso é avaliado. A cada três anos, todos os cursos são apreciados.
Além das provas do Enade, os estudantes respondem a um questionário sobre condições socioeconômicas e sobre o curso e a instituição. O questionário contém, por exemplo, questões sobre infraestrutura e condições de ensino e aprendizagem. Tanto as provas do Enade quanto o questionário são obrigatórios para os concluintes dos cursos avaliados, que ficam impedidos de receber o diploma caso deixem de fazer o exame sem justificativa.
O Conceito Preliminar de Curso (CPC) é calculado com base principalmente no desempenho dos estudantes Enade, nos dados obtidos por meio do questionário do estudante e nos dados dos professores obtidos no Censo da Educação Superior. São considerados por exemplo, o número de mestres e doutores na instituição, bem como as condições de trabalho.
O Índice Geral de Cursos (IGC) é calculado com base no CPC e em avaliações dos cursos de pós-graduação feitas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Para que todos os cursos da instituição sejam considerados, o cálculo é feito com base nos três últimos CPCs.
Tanto o CPC quanto o IGC são distribuídos em conceitos de 1 a 5, por meio da chamada curva de Gauss - gráfico de distribuição normal de um determinado conjunto de dados e representa uma função que possui propriedades peculiares. A faixa 3 é definida pelo Inep como a média. Os cursos que mais se distanciam da média seja para cima ou para baixo são distribuídos nos demais conceitos.
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