"Isso é entregar tudo pronto. Você precisa trabalhar e receber algo equivalente ao seu esforço”, criticou um aluno.| Foto: Pixabay

Métodos de avaliação para medir o desempenho dos estudantes são tema de debate constante entre especialistas e encontrar alternativas parece uma obsessão. Mas algumas inovações, muitas vezes, não saem como o planejado. Nos Estados Unidos, o professor Richard Watson, da Terry College of Business na Universidade da Geórgia, tentou deixar seus alunos escolherem as próprias notas. 

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Segundo informações presentes na ementa, publicada no site da universidade, um ponto de destaque do currículo foi a proposta de uma política de redução de estresse nas aulas; de acordo com o documento, reações emocionais a situações estressantes podem ter “consequências profundas a todos os envolvidos”. 

Por isso, estudantes que se sentissem estressados por trabalhos em grupo teriam permissão para abandoná-lo sem a necessidade de oferecer explicações, e seriam avaliados com base somente no seu trabalho individual.

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Além disso, se os alunos se sentissem excessivamente estressados pelas notas recebidas na disciplina, poderiam enviar um email para o instrutor indicando qual nota acreditariam ser mais apropriada - ela seria alterada, sem a necessidade de justificar o pedido. 

Já em disciplinas que continham apresentações de seminários, seriam permitidos apenas comentários positivos, e as críticas construtivas deveriam ser encaminhadas por email. 

Na ementa, Watson reconhece que o modelo de avaliação poderia afetar o aproveitamento dos conteúdos pelos alunos, indicando que os resultados de aprendizagem seriam de responsabilidade total de cada estudante. 

Repercussão 

Mas pouco tempo se passou antes que o professor fosse obrigado a abandonar os planos. Em uma declaração publicada pelo reitor da Terry Business of College, Benjamin C. Ayers, a instituição criticou o método proposto pelo professor. 

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“A ementa não estava de acordo com as políticas e expectativas rigorosas da universidade em relação aos padrões acadêmicos de avaliação”, disse Ayers. “Expliquei essa discrepância ao professor e ele removeu a proposta. Fica garantido que essa proposta equivocada não será implementada em nenhuma sala de aula da Terry.” 

Estudantes também se mostraram contrários a iniciativa. "Isso é entregar tudo pronto. Você não estaria se esforçando para ganhar o que merece", afirmou Aryan Taeed em entrevista ao jornal local WSB-TV Atlanta. "Acredito que você precisa trabalhar e receber algo equivalente ao seu esforço”, completou. 

Outra estudante da instituição, Mandy Dao, disse que aceitaria a proposta, mas crê que não estamos falando de um sistema mais adequado. "Não acho que isso me ajudaria no futuro." 

Já o professor Watson alega que as discussões sobre as possibilidades de avaliação foram tiradas de contexto ao serem tornadas públicas. “Uma discussão privada com a minha turma, sem querer, se transformou em uma questão pública. Isso foi uma falácia do espantalho usada para discussão”, justificou Richard, que se negou a responder os questionamentos da Gazeta do Povo sobre seu método de avaliação.