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Volta às aulas

Uma nova chance para quem reprovou

Sabrina percebeu que a retenção da filha Selena, no 2º ano, fez bem à autoestima da menina. Até a relação entre as duas melhorou, garante a mãe | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
Sabrina percebeu que a retenção da filha Selena, no 2º ano, fez bem à autoestima da menina. Até a relação entre as duas melhorou, garante a mãe (Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo)

A imagem da filha Selena, 8 anos, na fila do 2.º ano, enquanto todos os amiguinhos que a acompanhavam desde o maternal estariam na do 3.º ano, tirava o sono da arquiteta Sabrina Slompo, 41 anos. Quando tinha 6 anos, a menina reprovou e Sabrina tinha calafrios só de imaginar os traumas que a experiência poderia trazer à filha. "Não foi exatamente uma surpresa. Eu sabia que o aproveitamento da Selena estava baixo. Depois de exames que descartaram qualquer problema auditivo, visual ou cognitivo, ela passou a ser acompanhada por uma psicopedagoga. Seis meses depois todos acharam melhor que ela não passasse para a série seguinte", conta Sabrina.

Depois do choque da reprovação, um novo desafio surge com o início do ano letivo: como encarar a nova realidade? A maneira como os pais lidam com a situação influencia a forma como os filhos vão encarar a experiência. Se a retenção for usada como um castigo, em vez de ajudar o crescimento pessoal, é provável que se torne um motivo para o descaso e reforço para comportamentos errados. Para a psicopedagoga Sonia Küster, os pais têm de cuidar como reagem. "Não devem encarar como perda. Ter pressa para que? O importante é avaliar a evolução individual da criança, levar à uma avaliação psicopedagógica para entender o porquê dessa não-evolução e incentivar relações sociais na série que a criança está fazendo. O contexto social favorece a aprendizagem."

Com a falta de sucesso no acompanhamento das aulas e tarefas, é de se esperar que a autoestima seja afetada. No entanto, a repetição pode servir como uma chance de mudar a postura do estudante. "Eu tinha medo da Selena pegar raiva dos estudos. Mas, nos primeiros dias de aula, novamente no 2º ano, já percebemos a diferença. Os amigos antigos se somaram aos novos e ela passou a se empolgar com as lições. De última da turma passou à primeira e ajudava a professora", lembra Sabrina.

Apoio

A reprovação na escola não deve ser seguida de censura, condenação ou repreensão, de acordo com a psicopedagoga e mestre em Educação Laura Monte Serrat Barbosa. "Nos esportes, repetir quer dizer aperfeiçoar; nas artes, repetir além de aperfeiçoar pode significar reproduzir para que um número maior de pessoas tenha acesso. Na escola, a reprovação deve ser vista como algo que faz parte da vida, e não como um castigo", afirma. E a dica vale para todos: pais, educadores, irmãos e colegas.

Para a gestora educacional do Colégio Opet Simone Rodrigues Valério, a reprovação é uma boa oportunidade para a família se engajar na educação dos jovens. "Na pré e na adolescência, alguns fatores interferem nos estudos e levam à falta de comprometimento. Nessa fase eles focam muito em tecnologia e, como muitas vezes ficam sozinhos – diferentemente de crianças menores que têm supervisão – esse tempo ocioso pode prejudicar os estudos", diz. Este é o momento de conversar e avaliar o que o aluno fez ano passado e que não deu certo e as mudanças necessárias para que o resultado seja melhor.

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Dicas

Com a volta às aulas, os cuidados com as mochilas têm de ser retomados pelos pais. Veja algumas dicas para não colocar a saúde de seu filho em risco:

- O peso da mochila não deve ultrapassar 15% do peso da criança;

- Dê preferência para os modelos com rodinhas, desde que eles respeitem a altura da criança. Na dúvida, opte pela mochila de duas alças, mas fique atento à regulagem;

- Evite modelos com uma alça só, que sobrecarregam um lado, e que fiquem frouxos, que causam maior impacto;

- Opte por mochilas com divisórias, que permitem que os materiais (e seu peso) sejam distribuídos e organizados. Deixe os cadernos sempre na parte de trás, que fica em contato com as costas;

- Não coloque a lancheira dentro da mochila, concentrando o peso nas costas. É sempre melhor levá-la nas mãos;

- Converse com a direção da escola sobre a possibilidade de deixar o material mais pesado na instituição.

Fontes: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e Grupo Medicina da Coluna.

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