Cerca de 168 milhões de crianças ficaram fora da escola por quase um ano em todo o mundo por causa da pandemia do novo coronavírus. O dado é do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e faz parte do novo relatório do órgão da ONU divulgado na quarta-feira (3) em que pede a abertura das instituições de ensino. O período a que o fundo se refere vai de março de 2020 até fevereiro de 2021.
Segundo o relatório, 214 milhões de crianças em todo o mundo perderam três quartos de suas aprendizagens nesse período. Muitos desses meninos e meninas correm o risco de não retornar para as escolas. O Unicef destaca também consequências outras do fechamento dos colégios: aumento da vulnerabilidade, risco de aumento do trabalho infantil, crianças e jovens de baixa renda longe de uma alimentação nutritiva, já que para muitos ela é feita nas instituições de ensino, entre outras.
"À medida que nos aproximamos da marca de um ano da pandemia COVID-19, somos novamente lembrados da catastrófica emergência educacional criada pelos bloqueios mundiais. A cada dia que passa, as crianças que não têm acesso à escola presencial ficam cada vez mais para trás, com os mais marginalizados pagando o preço mais alto ”, salientou Henrietta Fore, diretora-executiva do Unicef.
O Unicef, mais uma vez, pediu aos governos que priorizem a abertura das escolas e a volta às aulas com protocolos seguros. Além disso, quando houver a retomada, o órgão salientou que é preciso dar atenção à aprendizagem perdida dos estudantes e também verificar como estão a saúde e a nutrição desses alunos.
Situação da América Latina no relatório do Unicef
O relatório do Unicef chamou atenção ainda para o fato de que nove países da região da América Latina e Caribe permaneceram com escolas fechadas por quase um ano.
Com relação ao número de dias sem aulas presenciais, o país que lidera o ranking do órgão da ONU é o Panamá, onde as instituições de ensino ficaram fechadas por 211 dias. O Brasil aparece na quinta colocação, com 191 dias de interrupção das atividades educacionais.
“Não podemos nos dar ao luxo de passar para o segundo ano de aprendizado limitado ou mesmo nenhum na escola para essas crianças. Nenhum esforço deve ser poupado para manter as escolas abertas ou priorizá-las nos planos de reabertura”, ressaltou a diretora do Unicef.