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Unicef pede prioridade para reabertura segura das escolas em carta aos prefeitos eleitos

Unicef pede reabertura segura das escolas em carta aos prefeitos eleitos
Unicef pede reabertura segura das escolas em carta aos prefeitos eleitos (Foto: UNICEF/BRZ/Ratão Diniz)

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O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicou uma carta destinada aos prefeitos e prefeitas eleitos em todos os municípios brasileiros e nela pediu que os gestores deem prioridade absoluta para a educação e para a reabertura segura das escolas. A carta está assinada por Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil. Leia a carta na íntegra abaixo.

O Unicef ressaltou que nem todos os alunos conseguiram estudar por meio dos sistemas remotos e com isso muitos perderam o vínculo com a escola. Além disso, o órgão da ONU salientou os impactos na aprendizagem, na saúde mental, quanto à evasão escolar e ainda na proteção das crianças e adolescentes ocasionados pelos quase dez meses de fechamento das escolas e pelo isolamento social. “Elas e eles correm o risco de abandonar a educação definitivamente. Isso vai aprofundar ainda mais as desigualdades e impactar uma geração inteira”, diz o Unicef na carta.

A escola, destacou o órgão da ONU, representa mais do que um espaço para a aprendizagem. Ela também configura um espaço de interação social e um local em que os alunos estão protegidos contra a violência.

A carta enfatizou ainda que a reabertura das escolas em muitos países não representou aumento de casos de coronavírus. Mas, para que as instituições de ensino voltem a funcionar, é preciso estabelecer protocolos de segurança e isso precisa ser feito de acordo com a realidade de cada local.

“Por tudo isso, dizemos: as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir em qualquer emergência ou crise humanitária. É fundamental empreender todos os esforços necessários para que as escolas de educação básica reabram no início deste ano escolar, em segurança. É um momento-chave que não podemos deixar passar”, diz o texto.

Além de reabrir as escolas, o Unicef pede que os prefeitos busquem as crianças e adolescentes que tenham deixado a escola durante a pandemia.

Confira a carta do Unicef aos prefeitos eleitos no Brasil na íntegra

"Carta aberta às prefeitas e aos prefeitos eleitos dos municípios brasileiros

Brasília, 7 de janeiro de 2021

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) parabeniza as prefeitas e os prefeitos eleitos para governar os 5.568 municípios brasileiros. Sabemos que as gestoras e os gestores municipais terão desafios intensos pela frente no novo ciclo da gestão municipal que se iniciou no dia 1º de janeiro de 2021, mas pedimos que deem prioridade absoluta à educação e à reabertura segura das escolas.

O longo tempo de fechamento da maioria das escolas e o isolamento social têm impactado profundamente a aprendizagem, a saúde mental e a proteção de crianças e adolescentes. Apesar dos esforços para organizar atividades remotas para continuidade das aprendizagens, milhões de crianças e adolescentes não foram alcançados e perderam o vínculo com a escola. Elas e eles correm o risco de abandonar a educação definitivamente. Isso vai aprofundar ainda mais as desigualdades e impactar uma geração inteira.

As escolas desempenham um papel primordial na vida de meninas, meninos e suas famílias. Elas proveem, primeiramente, uma educação essencial para que crianças e adolescentes desenvolvam o seu pleno potencial, exerçam a cidadania e se preparem para o mundo do trabalho. Mas há muito mais: as escolas também oferecem oportunidades para o desenvolvimento de competências de interação social e são essenciais à proteção contra diferentes formas de violência – incluindo a violência doméstica, que aumentou na pandemia. Além disso, um número considerável de crianças e adolescentes depende da merenda escolar para sua segurança alimentar.

Muitas famílias, muitos professores e outros profissionais de educação estão preocupados com o risco de contaminação com o coronavírus nas escolas. O UNICEF compartilha dessa preocupação. No entanto, a experiência em muitos países demonstra que a reabertura das escolas não causou um aumento das infecções.

Por tudo isso, dizemos: as escolas devem ser as últimas a fechar e as primeiras a reabrir em qualquer emergência ou crise humanitária. É fundamental empreender todos os esforços necessários para que as escolas de educação básica reabram no início deste ano escolar, em segurança. É um momento-chave que não podemos deixar passar.

A forma da reabertura tem de ser adaptada à situação local e pode incluir elementos de educação híbrida, uma mistura de educação presencial e a distância, rodízio de estudantes em grupos pequenos, etc. – como sugerido nos protocolos que estão à disposição. É imprescindível envolver professores, demais profissionais da educação, estudantes, seus familiares e a comunidade escolar nessa decisão.

Diante deste cenário desafiador, o UNICEF reafirma seu compromisso de trabalhar, junto com os governos e os educadores, na garantia dos direitos de crianças e adolescentes, e se coloca à disposição para apoiar todos os municípios brasileiros. No site do UNICEF, há uma página com protocolos e orientações para a reabertura segura das escolas (https://www.unicef.org/brazil/reabertura-segura-das-escolas).

Além de dar início ao novo ano letivo, é essencial ir atrás de cada menina, cada menino que não conseguiu se manter aprendendo na pandemia. Antes da Covid-19, já estavam fora da escola 1,5 milhão de crianças e adolescentes. Cada dia sem esse vínculo escolar aumenta o risco de abandono permanente. É preciso ir em busca de todas as crianças e todos os adolescentes, sem deixar nenhuma ou nenhum para trás.

O UNICEF, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), conta com a estratégia de Busca Ativa Escolar (https://buscaativaescolar.org.br), adaptada ao contexto da pandemia, e convida municípios a aderir à iniciativa e implementá-la como uma importante medida para enfrentar a exclusão escolar, um dos efeitos secundários da pandemia.

Fora da escola não pode. E na escola sem aprender também não. Cada criança, cada adolescente tem direito de aprender. O UNICEF está ao lado de cada município para garantir que esse direito seja efetivado, e reafirma a urgência de priorizar a educação de meninas e meninos nestes tempos difíceis.

Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil".

Como está a situação dos estados e capitais brasileiras quanto ao retorno às aulas presenciais na educação básica

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