O Centro Universitário Positivo (Unicenp) inaugurou na última terça-feira (15) um novo prédio, com 8,9 mil metros quadrados, inteiramente dedicado a atividades de pesquisa e ensino permanente. Concebida pelo arquiteto Manoel Coelho, a edificação tem 20 salas de aula e quatro pequenos anfiteatros, além de gabinetes para professores, coordenadores e pró-reitores. O prédio vai abrigar os programas de mestrado, recém lançados pelo centro, e também os cursos de especialização.
Além disso, também foi inaugurado no mesmo prédio um teatro com capacidade para 714 pessoas. O investimento de R$ 10 milhões é mais um passo que o Unicenp dá em direção ao reconhecimento como universidade. Segundo o reitor do centro universitário, o professor Oriovisto Guimarães, existem três exigências para uma instituição de ensino superior se transformar em universidade. A primeira é referente ao ensino, que exige uma oferta variada de cursos de graduação com opções em todas as áreas de conhecimento.
A segunda exigência é ligada à chamada extensão, ou tudo que é feito fora do câmpus, para a comunidade. "O Unicenp tem a clínica de odontologia, a de fisioterapia, de psicologia, onde pessoas da comunidade são atendidas e onde os alunos aprendem na prática o conteúdo dos cursos. Também há atividades de educação física para crianças carentes e auxílio jurídico pelo núcleo de assessoria jurídica", conta Guimarães.
O reitor do Unicenp lembra ainda que a instituição investiu no Hospital da Cruz Vermelha para transformá-lo em um hospital-escola para seus alunos. Além disso, há convênios com outros hospitais da cidade. Outro ponto necessário à extensão são os cursos de curta duração, para os já graduados, e o incentivo à cultura, com investimentos em teatro, música e cinema, por exemplo. "A idéia é formar uma pessoa com ampla noção de cidadania e não só conhecimentos técnicos", diz Guimarães.
Pesquisa
O terceiro suporte do tripé é o fomento à pesquisa. Para se tornar universidade, além de comprovar que são realizadas atividades fora da sala de aula, em locais como laboratórios e clínicas, é necessário oferecer cursos de pós-graduação aos acadêmicos. Na criação do Unicenp, em 1999, havia três cursos de especialização, com cerca de 95 alunos; em 2004, foram 43 cursos e mais de 800 alunos. Para 2005, a expectativa é de que 1.200 alunos cursem especializações e mestrados.
Neste ano serão oferecidos o mestrado em Administração de Empresas e outro em Gestão Ambiental. A instituição pretende pedir autorização para mais dois mestrados em breve. O reitor Guimarães lembra que o Ministério da Educação (MEC), por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), é muito rigoroso na autorização de novos programas de mestrado. É preciso que todos os professores tenham doutorado e trabalhem em regime de 40 horas semanais. A instituição também deve apresentar trabalhos de pesquisa e outras publicações especializadas, entre outras exigências.
Assim que as primeiras turmas dos mestrados estiverem formadas, dentro de dois anos, a instituição vai pedir autorização para os cursos de doutorado. Guimarães prevê que, dessa forma, o Unicenp peça o reconhecimento do título de universidade em três anos. "É necessário ser uma universidade de fato para pedir a nomeação. O MEC só reconhece o que já existe", finaliza o reitor.
Questionado se Curitiba comportaria mais uma universidade, pelo fato de já ter três atualmente - a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e a Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) - Guimarães cita uma experiência vivida: "recentemente fui a uma cidade bem pequena do Canadá, de uns 150 mil habitantes, e me surpreendi ao ver que lá havia quatro universidades". O reitor do Unicenp cita também dados do ensino superior brasileiro, que tem atualmente 3.887.000 pessoas. Esse número representa 9% dos jovens. Em países como Argentina, Chile, Japão, Estados Unidos e Canadá, a porcetagem varia de 30% a 80%.
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