A Universidade da Europa Central (CEU), fundada pelo bilionário húngaro americano George Soros, conhecido por financiar as iniciativas de esquerda pelo mundo, anunciou nesta segunda-feira (3) ter sido expulsa da Hungria.
A instituição de Soros, fundada há 25 anos, é considerada uma das 50 melhores do mundo em cursos de pós-graduação em ciência política e estudos internacionais. Atualmente, tem 1,5 mil estudantes de 108 países.
A universidade tem sido pressionada a fechar ou mudar-se pelo primeiro-ministro da Hungria Viktor Orbán, que afirmou querer transformar a Hungria em um estado nacionalista, contrário a qualquer tendência de esquerda. No início de 2017, ele anunciou medida que prevê que as instituições de ensino superior não europeias deverão ser proibidas de receber novos alunos e conceder diplomas válidos na Hungria, com exceção daquelas que recebam essa possibilidade por meio de acordos transnacionais. Apesar de só ter unidades na Europa, a CEU é registrada nos Estados Unidos.
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Em comunicado, a universidade informou que após o governo de Orbán se negar a aceitar um acordo, terá de transferir seu campus principal para Viena, na Áustria. É a primeira vez que uma universidade é forçada a sair de uma nação da União Europeia.
“O despejo arbitrário de uma universidade respeitável é uma violação flagrante da liberdade acadêmica”, afirmou nota da universidade ao anunciar a medida. “É um dia sombrio para a Europa e um dia sombrio para a Hungria.”
A universidade, que até agora oferecia diplomas com validade na Hungria e nos Estados Unidos, recebeu apoio do Congresso americano. Os parlamentares expressaram sua preocupação em relação à ameaça à liberdade acadêmica e ao precedente de uma instituição dos Estados Unidos ser expulsa de um país aliado.
Apesar de patrocinada por Soros, a universidade foi defendida até pela administração do presidente Donald Trump. O embaixador de Trump foi a Budapeste em agosto, na tentativa de firmar um acordo com Orbán e conseguir manter a universidade no país, mas saiu vencido.
Na semana passada, depois que ficou claro que não haveria acordo, o embaixador David Cornstein abandonou o que havia sido a política dos EUA sobre o assunto. Em entrevista ao The Washington Post , ele se recusou a criticar Orban – que descreveu como amigo – e atribuiu a culpa do impasse a Soros, dizendo que ele não teria negociado com sabedoria com o governo húngaro.
Cornstein – um nova-iorquino de 80 anos que fez fortuna nos negócios de joalheria, jogos de azar e telemarketing e é amigo íntimo de Trump – comparou a situação da universidade à sua própria experiência vendendo joias em lojas de departamentos.
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“Eu era um convidado na loja de outro cara”, disse ele. “A universidade está em outro país. [Soros] Deveria esforçar-se por trabalhar com o governo húngaro.”
Ele também minimizou a importância da universidade, avaliando de forma desfavorável os 1,5 mil alunos em comparação com outras universidades dos EUA. Pareceu perplexo ainda com o motivo apontado pela instituição para o encerramento de suas atividades na Hungria. “Não tem nada a ver com a liberdade acadêmica”, afirmou.
No primeiro semestre de 2017, quando Orban anunciou a medida, o CEU criou um programa no Bard College, em Nova York, e foi certificado pelas autoridades estaduais. Mas o governo húngaro não reconheceu o acordo e, no mês passado, funcionários do governo sinalizaram que nunca o fariam.
Como a nova legislação entrará em vigor em 1º de janeiro, os líderes da universidade não tiveram outra saída a não ser anunciar a mudança forçada para Viena.
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