Em "comemoração ao Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia", a Universidade de Brasília (UnB) realizou, nesta quinta-feira (16), a "UnB's Drag Race", uma competição para escolher a "Drag Queen Oficial" da instituição. O evento acontece um dia após milhares de pessoas irem às ruas em protesto ao contingenciamento de parte do orçamento das universidades federais de ensino superior do país.
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Registro feito por aluno da instituição:
"EM 17 de maio, é celebrado o Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia, como referência simbólica da luta pelos direitos LGBT e como referência ao dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) deixou de considerar a homossexualidade como doença. Para celebrar essa data, será realizada a UnB Drag Race, uma competição de drag queens inspirada no RuPaul’s Drag Race", diz a publicação oficial do evento.
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A Sociedade de Implicações Sociais da Tecnologia da UnB, representante do IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos) na instituição, que tem o objetivo de "promover campanhas sociais cujo foco seja realizar eventos mensais com base em datas comemorativas e vinculadas à Agenda da ONU", foi responsável pela realização, com apoio financeiro de casas noturnas do Distrito Federal.
Além de título de "Drag Queen da UnB", os candidatos vencedores foram premiados com ensaios fotográficos profissionais e "kit gay de maquiagem".
Na rede social Instagram, a universidade afirmou que "quem vê balbúrdia não enxerga a beleza e a arte", em resposta ao comentário do ministro da Educação, Abraham Weintraub, de que há balbúrdia nas instituições de ensino.
À Gazeta do Povo, um aluno da instituição, que preferiu não se identificar, questiona a utilização dos recursos da universidade para eventos como esse. "Eu não tenho nada contra, isso deve servir a alguém, em algum nível. Só que com o dinheiro da instituição não é correto", defende.
"A verba é tão questionada, eles afirmam que é pouca, então para que gastar com esse tipo de evento?", questiona.
Posicionamento
De acordo com a assessoria de imprensa da UnB, a Diretoria do Decanato de Assuntos Comunitários apoiou o evento, com a colaboração coletiva de "estudantes, técnicos do IEEE SSIT, do Centro Acadêmico de Filosofia e do Centro de Cultura e Estudos LGBT no Ambiente de Trabalho".
À Gazeta, a instituição ainda afirmou que decidiu realizar o evento pois "ele chama a atenção da comunidade universitária para a necessidade do reconhecimento e respeito às diversas identidades de gênero e orientações sexuais, com vistas a reduzir as violências e violações de direitos praticados pela sociedade de forma geral".
"O evento ocorreu em função da agenda internacional, em referência ao Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia, sendo realizado no horário de intervalo das aulas (almoço), com a apresentação da arte drag, que não é reconhecida justamente em decorrência da LGBTfobia, mas que precisa ser visibilizada para ser compreendida e respeitada", disse a UnB.
Segundo a universidade, "atividades como essas colaboram para tornar a Universidade um ambiente plural e acolhedor, como preconiza a Constituição e normas internas institucionais. Também são sempre momentos de socialização, interação, diálogo e reflexão sobre os comportamentos sociais que atingem os grupos minoritários e os expõem a situações de fragilidade, violências e vulnerabilidades extremas".