A Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Universidade Estadual de Maringá (UEM) foram incluídas pela primeira vez entre as instituições mais prestigiadas dos países emergentes. A UFPR conquistou a 183ª. Já a UEL e a UEM empataram com outras universidades citadas entre as 251ª. e 300ª. colocações.
A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que aparecia em 168ª. posição do ranking no ano passado, caiu na lista e também ficou entre as 251ª. e 300ª. colocações.
Outras universidades brasileiras também pioraram o desempenho na avaliação e pela primeira vez, desde 2013, o País deixou de aparecer nas 10 primeiras posições de instituições mais prestigiadas dos países emergentes. O ranking é feito pela revista britânica Times Higher Education (THE), uma das principais referências em reputação acadêmica.
A Universidade de São Paulo (USP) era a única instituição brasileira que aparecia entre as dez primeiras, mas caiu da 9ª posição para a 13ª. A primeira edição do ranking de países emergentes da THE foi divulgada em 2013. Naquele ano, a USP ficou no 11º lugar. Procurada pela reportagem, a USP não se posicionou até as 19h desta quarta-feira, 30.
Entre os 13 critérios analisados pela revista, estão o grau de titulação dos professores, o impacto das citações em publicações científicas, reputação e o nível de internacionalização das universidades.
Outras 11 instituições do Brasil também perderam posição no ranking. “O número de estudantes universitário no Brasil cresceu 60% entre 2005 e 2012, mas a realização não tem sido acompanhada no mesmo tamanho em financiamento. Há muito trabalho para ser feito para melhorar a qualidade e a relevância da educação”, disse Phil Baty, editor da publicação.
O Brasil tem 25 universidades entre as 300 instituições avaliadas pelo ranking. No ano passado, quando a publicação incluía apenas as 200 melhores, o País tinha 14 entre as destacadas - e só a PUCPR entre as paranaenses. “É uma boa notícia que 25 universidades brasileiras entraram para essa prestigiada lista - contra apenas 15 no ano passado -, mas é decepcionante que a maioria tenha perdido posição”, disse Baty.
A China mais uma vez dominou o ranking, com seis instituições nas 10 primeiras posições e 52 no total.
Entre os 13 critérios analisados pela revista, estão o grau de titulação dos professores, o impacto das citações em publicações científicas, reputação e o nível de internacionalização das universidades.
Queda de investimentos
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), segunda melhor instituição brasileira, de acordo com a revista, caiu da 24ª para a 28ª posição. Para Alvaro Crósta, coordenador geral da universidade, as oscilações são “naturais”, mas disse que a queda está relacionada a queda de investimentos. “As universidades chinesas são as que mais têm se destacado e elas têm um investimento massivo de seu governo. Ao contrário da situação que vivemos no Brasil, com uma série de problemas no orçamento”, disse.
Crósta afirmou que, para melhorar seu prestígio, a Unicamp precisa investir na internacionalização, atraindo professores e estudantes, e melhorar a visibilidade de sua produção científica. “São ações que demandam recursos e, nesse momento de crise, o que temos é destinado para suprir necessidades básicas, como o pagamento de salários. Não temos espaço para novos investimentos em ações de internacionalização”, disse.
As universidades estaduais paulistas vivem uma grave crise financeira. A principal fonte de receita das três universitárias é a cota fixa de 9,57% da receita do Estado de São Paulo com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo com a maior queda de arrecadação neste ano em função da crise econômica. Apenas o gasto com os salários de professores e técnicos já supera toda a receita vinda do Estado.
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) também caiu neste ano da 122ª para a 169ª posição. No entanto, a instituição afirmou que a crise financeira não afetou “decisivamente” o posicionamento no ranking por ser muito recente. “Mas, nos próximos anos, se ela perdurar, é bem possível que repercuta nos indicadores acadêmicos”, disse em nota a universidade.
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