As estatísticas do Censo da Educação Superior 2004, divulgadas nesta sexta-feira, dia 16, indicam que a eficiência das instituições federais deste nível de ensino pode estar aumentando nesta década, uma vez que o número de concluintes cresceu mais de 50% entre 2000 e 2004, enquanto o número de ingressantes permaneceu praticamente estável no período. Este panorama pode estar refletindo uma redução na taxa de evasão dos alunos, que é um dos critérios técnicos para se medir a eficiência de um sistema educacional.
O outro critério para avaliar esta eficiência seria a possível diminuição no tempo médio de conclusão dos cursos. Entretanto, caso isso estivesse ocorrendo, o total de matrículas nas instituições federais de educação superior cairia, o que não está acontecendo. Pelo contrário, esse número cresceu 19% nas instituições federais nos últimos cinco anos: de 482.750, em 2000, para 574.584, em 2004.
Ao mesmo tempo, o total de matrículas nas Instituições de Educação Superior (IES) brasileiras cresceu quase 55% desde o início desta década, sendo que, em 2004, foram registrados 4.163.733 alunos matriculados: 1.178.328 no setor público (28,3%) e 2.985.405 no setor privado (71,7%). Além disso, o Censo da Educação Superior revela que as mulheres representam 56,4% deste universo e que, enquanto nas IES públicas predominam as matrículas no período diurno (63,9%), nas IES privadas há mais alunos matriculados em cursos noturnos (68%).
Os cursos de administração são os que concentram o maior número de alunos, com um total de 620.718 matrículas. Em seguida, vêm os cursos de direito, pedagogia, engenharia e letras.
O censo também revela que há, no Brasil, 18.644 cursos superiores, sendo 6.284 na rede pública (33,7%) e 12.360 na rede privada (66,3%). O número de instituições de educação superior é de 2.013 (224 públicas e 1.789 privadas), o que representa um aumento de 8,3% em relação a 2003, ou seja, foram criadas 154 novas IES no ano passado.
Os dados do censo também demonstram que, em 2004, foram oferecidas 2.320.421 vagas nos processos seletivos das IES brasileiras, 15,9% a mais que em 2003. Deste total, 308.492 são oriundas do setor público e 2.011.929, do privado. Sendo que o número de inscrições para concorrer a estas vagas foi 5.053.992 (2.431.388 em instituições públicas e 2.622.604 em privadas). A relação candidato-vaga no Brasil ficou, portanto, em 2,2. Porém, nas públicas este número cresce para 7,9, enquanto nas privadas cai para 1,3.
Entretanto, o número de ingressantes foi menor: 1.303.110 (287.242 nas públicas e 1.015.868 nas privadas).Constata-se, assim, que houve 43,8% (1.017.311) de vagas não preenchidas na educação superior brasileira em 2004. Contudo, especificamente nas instituições federais, esta taxa foi de 0,9%, nas estaduais, 4,7%, nas municipais, 26,4%, e nas instituições privadas, 49,5%.
Por fim, quanto aos concluintes, em 2004, 626.617 alunos se formaram nos cursos superiores brasileiros, 202.262 nas IES públicas e 424.355 nas IES privadas, o que representou um crescimento de 18,7% em relação a 2003.