![Universitários pedem para não estudar escritores brancos do sexo masculino De acordo com o texto dos alunos, priorizar esses escritores cria uma cultura “especialmente hostil aos estudantes de cor | Universidade de Yale/Divulgação](https://media.gazetadopovo.com.br/2016/06/7f651257d840e935fe041454b7bc2e4b-gpLarge.jpg)
Estudantes de inglês da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, enviaram um pedido ao departamento do curso: eles querem a retirada do estudo dos “grandes poetas ingleses”, escritores brancos, do sexo masculino, nas matérias introdutórias que servem de pré-requisito para outras disciplinas. “É inaceitável que um estudante de Yale que queira introduzir-se na literatura inglesa deva ler apenas autores brancos do sexo masculino”, escreveram na petição.
De acordo com o texto dos alunos, priorizar esses escritores cria uma cultura “especialmente hostil aos estudantes de cor”. Com essa escolha, apontam eles, a universidade não prepara seus estudantes para fazerem estudos “de alto nível relativos à raça, sexo, sexualidade, etnia, nacionalidade”. E insistem: “pedimos que os grandes poetas ingleses sejam abolidos”.
Segundo o texto, é preciso “descolonizar” as disciplinas do curso e não “diversificar”. “A educação do século 21 é uma educação diversa: nós escrevemos a vocês hoje inspirados pelo ativismo estudantil em toda a universidade, e para se certificar de que vocês sabem que o departamento de Inglês não é imune à chamada coletiva para a ação”, afirmam na petição. “É de sua responsabilidade como educadores ouvir as vozes dos estudantes”.
De acordo com o jornal da universidade, até o dia 27 de maio 160 estudantes tinham assinado a petição.
Como reação, alguns professores do departamento anunciaram estar orgulhosos da coragem dos alunos de contestar o currículo do curso, como Jill Richards. Já a professora Catherine Nicholson, responsável por ensinar a matéria dos ‘grandes poetas ingleses’, elogiou o questionamento sobre os motivos pelos quais o conteúdo é considerado um pré-requisito indispensável, mas defendeu que a disciplina em si, pelo conhecimento que traz, não é uma ferramenta de exclusão ou opressão; para ela é mais um exercício de “resistência e libertação”.
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