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Uso de tecnologia não garante melhoria no aprendizado, diz OCDE

Com a evolução tecnológica, escolas ao redor do mundo investiram na aquisição de computadores de ponta, tablets, e outros dispositivos digitais na intenção de potencializar o aprendizado dos alunos em sala de aula. No entanto, um estudo feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em 70 países, revelou que o uso de tecnologia na na escola não melhora a aprendizagem dos estudantes e, mais do que isso, o uso frequente de computadores em escolas está mais associado a baixos resultados.

A pesquisa analisou o impacto da tecnologia no desempenho em testes internacionais como o Pisa, além de avaliar as habilidades digitais nesses países. O estudo argumenta que nações que investiram pesado em tecnologia não têm registrado melhora perceptível no desempenho dos alunos nos exames de leitura, matemática ou ciências do Pisa.

Para sustentar a hipótese, a pesquisa utiliza o exemplo da Austrália, Nova Zelândia e Suécia, que estão entre os setes países com alto índice de uso da internet na escola e apresentaram “declínios significativos” nas notas de leitura do Pisa. Na Espanha, Noruega e na Dinamarca— que também utilizam amplamente as novas tecnologias— o desempenho dos estudantes estagnou.

Em cenário oposto, encontram-se os sistemas educacionais mais celebrados do mundo: Coreia do Sul, Xangai e Hong Kong, na China, e Japão. Esses países, que possuem baixos níveis de uso de tecnologia nas escolas, estão entre os melhores nos testes que avaliam aprendizagem.

“ Se você olhar para os sistemas educacionais com melhor desempenho, como os do leste da Ásia, perceberá que têm sido muito cautelosos quanto ao uso de tecnologia em sala de aula. Aqueles alunos que usam tablets e computadores com muita frequência tendem a se sair pior nas avaliações que aqueles que usam moderadamente”, afirmou o diretor de educação da OCDE, Andreas Schleicher, complementando que a tecnologia gerou “falsas esperanças”.

De acordo com ele, a tecnologia pode ser uma distração e fazer com que alunos construam respostas “pré-fabricadas” nas lições de casa, como resultado do que copiam da internet:

“Não existe um único país no qual a internet é usada prequentemente na escola pela maioria dos estudantes onde o desempenho desses alunos melhorou.”

A empresa de consultoria Gartner estimou que o gasto global anual com tecnologia educacional é de cerca de 17,5 bilhões de libras (cerca de US$ 27 bilhões).

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