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Vaquinhas on-line priorizam educação, mas faltam projetos

Cladilson Nardino e a rede de voluntários da Casa da Juventude do Paraná não conseguiram juntar R$ 19 mil para um seminário | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Cladilson Nardino e a rede de voluntários da Casa da Juventude do Paraná não conseguiram juntar R$ 19 mil para um seminário (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

No mundo das vaquinhas on-line, o chamado crowdfunding, a educação é a área em que as pessoas mais querem doar dinheiro. No entanto, é também aquela em que há um menor número de projetos. É o que mostra a pesquisa Retrato do Financiamento Coletivo do Brasil, do site Crowdfunding Catarse.

Um questionário foi apresentado a 3.336 pessoas entre agosto e setembro do ano passado. Na pesquisa, educação ficou à frente em uma lista de 26 áreas, que incluíam religião, negócios sociais, mobilidade e transporte e ciência e tecnologia. O engajamento na internet para ajudar projetos voltados ao ensino ou ao financiamento de estudos é tão grande que plataformas de financiamento coletivo direcionadas exclusivamente a propostas de educação vêm sendo criadas.

Nos Estados Unidos, a DonorsChoose (em tradução livre, "doadores escolhem") faz enorme sucesso com projetos propostos pelos professores de escolas públicas. A plataforma existe há mais de dez anos e é uma das mais experientes no ramo de crowdfunding. Ao todo, já arrecadou mais de US$ 243 milhões para mais de 458 mil projetos, ajudando 11,4 milhões de estudantes de 55 mil escolas.

Segundo o pesquisador do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e especialista em crowdfunding Rodrigo Davies, agora novas plataformas estão surgindo em países onde o sistema público de educação não tem recursos suficientes. "No Peru, por exemplo, a PeruChamps arrecada dinheiro para promissores jovens que não têm recursos para realizar seus projetos", conta.

Universitários

No Brasil, a primeira plataforma de crowdfunding voltada à educação foi fundada por três estudantes universitários. Gabriel Richter, Pedro Thomas e Renan Ferreirinha montaram, no ano passado, o site O Formigueiro.

Inspirada no Donors­Choose, a plataforma só traz projetos de escolas públicas e com baixo custo de execução, de até R$ 2 mil. Em nove meses, a organização que nasceu despretensiosamente em um sofá de uma cafeteria no Rio de Janeiro já juntou R$ 8 mil para seis projetos e ajudou 250 crianças e jovens de diversas partes do país.

"A gente lançou o site em agosto, com diversas dúvidas se ia funcionar, mas está dando muito certo. O meu sonho é que cada escola pública brasileira tenha ao menos um projeto financiado pelo O Formigueiro", afirma Ferreirinha, 20 anos. Ele é estudante do 2.º ano da Universidade Harvard e pretende, no futuro, trabalhar com educação. "Eu fiz uma escola pública de qualidade semelhante às mais caras do Rio. Fui transformado pela educação e quero multiplicar isso."

Em maio, ele viajou para Sobral, no Ceará, e estabeleceu a primeira parceria do site com uma rede de ensino público. Agora, todas as escolas da rede municipal da cidade do sertão nordestino podem inscrever projetos educacionais para serem financiados coletivamente.

É só doar

Há vários sites de crowdfunding ajudando diversas causas. Projetos em educação podem ser encontrados em Catarse (www.catarse.me), Juntos (www.juntos.com.vc), Benfeitoria (www.benfeitoria.com), Kickante (www.kickante.com.br), entre outros.

Sua opinião

Como você gostaria de contribuir com projetos educativos? Até quanto doaria por mês para essa causa?Deixe seu comentário abaixo e participe do debate.

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