O ministro da Educação, Ricardo Vélez, participa de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

"Temos que nos alicerçar para tomada de decisões numa perspectiva técnica, científica e não diretamente ideológica", disse o ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez, nesta sexta-feira (5), durante uma palestra a empresários no 18º Fórum Lide, em Campos do Jodão (SP). Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro indicou que Vélez deixará o MEC.

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Nesta semana, o ministro defendeu disse que livros didáticos serão mudados para resgatar visão do regime militar. A fala irritou militares.

Também nesta sexta, enquanto Vélez discursava, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) indicou que o ministro deve deixar o MEC na próxima segunda-feira (8). Em resposta à informação, o colombiano disse que não "tinha notícia disso", que iria participar do fórum e não ia "entregar o cargo".

Evidências científicas x ideologia

Vélez defendeu a perspectiva científica em detrimento da ideologia ao ser provocado pelo mediador de sua palestra, o jornalista William Waack. A pergunta veio após a fala do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que também participou do evento e defendeu racionalidade.

Waack então perguntou se a elaboração de políticas públicas não deveria ser baseada em evidências científicas e lembrou que a principal crítica a Vélez é a de estar "mais preocupado com convicções".

"Assino embaixo do meu colega Ricardo Salles", respondeu Vélez, defendendo a racionalidade. O ministro da educação, então, afirmou que, da perspectiva técnica, há dois momentos de evasão escolar: na entrada e no ensino médio. Ele defendeu a alfabetização e o ensino profissional para os jovens como forma de manter os brasileiros na escola.

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"Criamos uma secretaria nacional de alfabetização e estamos fazendo o esforço de sistematizar métodos de ensino e trabalho", disse.

Vélez concentrou sua palestra em traçar um panorama com dados de evasão escolar entre os jovens, sem tratar de temas polêmicos.

"Entre os jovens de 15 e 17 anos, 2,8 milhões não concluem por falta de engajamento. Isso deveria estar universalizado em 2016. É um quadro que vem de anos de descaso", disse Vélez, acrescentando que os índices ruins na área da educação não decorrem de três meses de governo Bolsonaro.

Ao encerrar, o ministro convocou os empresários a dialogar com ele no MEC para construírem uma aliança pela educação.

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