Após anunciar um bloqueio de 30% no orçamento discricionário de todas as universidades federais (3,5% do orçamento total), o ministro da Educação afirmou que os Restaurantes Universitários (RUs) não seriam afetados pelo contingenciamento. "A gente está mantendo integralmente o refeitório, a alimentação de todos os alunos", disse o ministro Abraham Weintraub, se referindo aos recursos cedidos pelo Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).
Mesmo assim, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) anunciou, recentemente, que os "serviços do RU serão suspensos em julho". "Não há, na UFPR, a prática de fechar no período das férias de julho", afirmou a instituição à Gazeta do Povo.
Até agora, só essa instituição afirmou que o RU estaria em risco. Então, o que de fato deverá acontecer?
Leia também: 70% dos alunos das universidades federais são pobres? Especialista discute possível viés de seleção amostral
Muitas universidades costumam oferecer alimentação a baixo preço não apenas a estudantes de comprovada vulnerabilidade socioeconômica – cujos gastos são cobertos pelos recursos do PNAES –, mas a todos os estudantes, docentes e servidores. Por isso, para manter os RUs com o preço reduzido a esse público, além dos recursos do PNAES, as instituições acabam bancando parte dos gastos.
No caso da UFPR, a instituição recebeu R$ 23,2 milhões do PNAES, dos quais R$ 3,4 milhões são utilizados para auxílio alimentação. O restante é utilizado para os auxílios permanência, moradia, creche, etc. Até agora, a usufruiu cerca de 19% desse montante (R$ 4,4 milhões).
A suspensão do RU para a comunidade em julho, informou a assessoria da UFPR à Gazeta do Povo, pretende "garantir as possibilidades de manutenção dos contratos vigentes nas unidades administrativas e acadêmicas e dos empregos de quase 1,5 mil terceirizados que, por enquanto, não serão afetados".
Porém, para garantir a alimentação dos estudantes de alta vulnerabilidade social, a UFPR fará um edital de emergência. A instituição não informou quantos estudantes da universidade, por lei, teriam direito à alimentação subsidiada.
Em Curitiba, a instituição mantém quatro RUs, e no interior, seis. Café da manhã, almoço e jantar são oferecidos, com preço subsidiado, a servidores, docentes, terceirizados e estudantes da instituição. A comunidade externa também pode utilizar o serviço, por um preço maior.
Deixe sua opinião