O fim do ano está aí e conforme os dias vão passando vai crescendo a tensão entre os vestibulandos. A temporada de inscrições já começou, o que começa a tornar mais concreta a idéia de que falta pouco para as provas. Como mostra uma reportagem da Gazeta do Povo desta segunda-feira, é nessa época que a cidade está infestada por jovens à beira de um ataque de nervos.
Um dos casos mostrados no jornal é da aluna do terceirão no Expoente, Flaviane Bernardo, de 16 anos. Candidata pela primeira vez uma vaga em Farmácia na UFPR e outra em Direito na Curitiba, ela chegou a ficar doente por medo de não passar. "Tenho hérnia de hiato e o estresse me fez piorar", conta. "Estou muito nervosa, a concorrência é muito grande e eu quero passar este ano."
Flaviane estuda três horas por dia, além das aulas do cursinho e já passou no vestibular do antigo Cefet (Universidade Tecnológica) no meio do ano para ver como era. A estudante tirou nota suficiente para ser aprovada, mesmo assim existe o medo. "Agora é para valer", justifica.
Véspera
Neste período que antecede o vestibular, é grande o movimento nos consultórios de médicos e psicanalistas, em virtude da TPV (tensão pré-vestibular). Os estudantes apresentam sintomas como irritação, crises de choro, depressão, insônia, e quadros como alergias, vômitos, úlceras e gastrites, por conta do nervosismo.
"É uma loucura", afirma o professor Renaldo Franque, diretor do curso pré-vestibular Expoente. E complementa: "a gente não sabe se tudo isso é efeito da pressão psicológica ou se os estudantes já estão procurando uma desculpa para um eventual insucesso".
Franque comenta que há muita pressão sobre os vestibulandos, como aquele que tem um irmão que passou no primeiro vestibular, ou que é o tio quem paga o cursinho e se sente na obrigação de retribuir, por exemplo. "Esses sofrem bastante", avalia. Existe ainda, segundo o professor, a insistência em certos assuntos que vão cair na prova e terrorismo para estimular que os alunos estudem. "Tal prática mais atrapalha que ajuda", diz.