O reitor Zaki Akel Sobrinho, sobre a ocupação da Reitoria: "não podemos aceitar atos de força"| Foto: Ivonaldo Alexandre / Gazeta do Povo

O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Zaki Akel Sobrinho afirmou nesta quarta-feira (11) que dificilmente o vestibular da instituição será cancelado por causa da greve dos professores e servidores federais. A informação desmente boatos de que o processo seletivo poderia deixar de ocorrer ou ser bastante prejudicado por causa das reivindicações dessas duas categorias.

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"Como em todos os anos que tivemos greve, o vestibular nunca foi cancelado e, este ano, há bastante prazo para que o vestibular transcorra, mesmo que haja reposição das aulas neste segundo semestre, as aulas reiniciem mais tarde e invadam um pouco o calendário do ano que vem", explicou o reitor. "Eu entendo que esse tipo de informação, sobre um suposto prejuízo ao vestibular, tenha sido colocada nos meios de comunicação como mais uma forma de pressão para a sociedade, para dar maior visibilidade ao movimento, para sensibilizar a opinião pública", continuou.

O reitor afirmou ainda que a UFPR apoia as reivindicações das categorias em greve, fato confirmado em uma moção divulgada pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFPR. Akel afirma, no entanto, que a instituição continuará a preservar o direito de uso da universidade por toda a população, sem deixar de dar espaço às manifestações dos grevistas.

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Ocupação da Reitoria

Sobre a ocupação da reitoria por um grupo de pessoas do Comando de Greve dos alunos da UFPR, Akel disse que tenta criar um cenário que permita a saída pacífica dos alunos, mas que não pode ceder a "atos de força". "Tenho ouvido declarações dos estudantes que disseram que a ocupação foi necessária porque a Reitoria não estaria dialogando com os alunos, o que não é verdade. Estávamos em plena negociação com eles quando houve a ocupação e foi rompido o diálogo", reiterou Akel.

A instituição, continuou Akel, só voltará a negociar a pauta específica dos alunos e reunir os Conselhos Universitários quando houver a desocupação do prédio. "Não podemos aceitar atos de força. Estávamos utilizando o método democrático, com mesas de negociação e estamos sendo impedidos de dar andamentos a processos importantes na universidade", disse.

De acordo com o reitor, com a ocupação dos alunos não é possível fazer a tramitação de processos jurídicos e administrativos, há atraso de pagamentos de bolsas dos alunos, formandos sem becas, além de outros prejuízos.

As reuniões de negociação da universidade com o Comando Geral da Greve, no entanto continuam. Agora, a instituição discute com representantes de professores, servidores e alunos uma pauta unificada com pedidos das três categorias. "Começamos a negociar com os alunos, que protocolaram primeiro as suas reivindicações e agora estamos com a pauta unificada. Assim que tivermos fôlego, prosseguiremos com a pauta específica dos docentes", informou.

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