O presidente Jair Bolsonaro (PL) oficializou, nesta segunda-feira (18), o então ministro interino e ex-secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), Victor Godoy Veiga, como o titular da pasta. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União. Veiga é o substituto do ex-ministro Milton Ribeiro, que entregou o cargo e foi exonerado em 28 de março. A troca no MEC ocorreu depois das denúncias de que haveria tráfico de influência e suposta facilitação para liberar recursos a prefeitos por intermédio de pastores.
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Victor Godoy Veiga é servidor de carreira da Controladoria-Geral da União (CGU). Esse foi o órgão que deu início a uma investigação contra Arilton Moura, assessor de assuntos políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, que é acusado de pedir propina para dar andamento a demandas de prefeituras junto ao MEC.
De acordo com a apuração feita pela Gazeta do Povo, o nome de Veiga ganhou força no Palácio do Planalto após lideranças da Frente Parlamentar Evangélica e do Centrão aconselharem a indicação de um nome técnico para retomar o controle da pasta e frear a oposição, que tenta desgastar o governo Bolsonaro ao citar as suspeitas de tráfico de influência que teriam facilitado a liberação de recursos a prefeitos por intermédio de pastores.
Fontes ouvidas pela Gazeta também afirmaram que a promoção do secretário-executivo ao cargo de ministro foi uma estratégia para abafar as acusações sobre o MEC em vez de jogar ainda mais suspeitas sobre a pasta. A oposição e parlamentares independentes ao governo Bolsonaro se mobilizam pela coleta de assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).
Veiga é o quinto ministro da Educação do governo Bolsonaro. Antes dele, o cargo foi ocupado por Milton Ribeiro, Carlos Alberto Decotelli, Abraham Weintraub e Ricardo Vélez Rodríguez.
Currículo de Victor Godoy Veiga
Victor Godoy Veiga é formado em Engenharia de Redes de Comunicação de Dados pela Universidade de Brasília (UnB). É pós-graduado em Altos Estudos em Defesa Nacional pela Escola Superior de Guerra (ESG) e em Globalização, Justiça e Segurança Humana pela Escola Superior do Ministério Público em parceria com o Institut für Friedenssicherungsrecht und Humanitäres Völkerrecht der Ruhr – Universität Bochum (Alemanha) e a University of Johannesburg (África do Sul).
Em 2004, foi aprovado em concurso público da CGU para o cargo de auditor federal. Na CGU, além de ser auditor de Finanças e Controle, Veiga desempenhou diversas funções: chefe de Divisão, coordenador-geral e diretor-substituto de Auditoria e diretor de Auditoria da Área Social e de Acordos de Leniência.
Veiga chegou ao MEC em julho de 2020, quando foi convidado para assumir o cargo de secretário-executivo - o segundo mais importante da estrutura da pasta, atrás apenas do posto de ministro.