Greve inicia com 80% de adesão
Os servidores da Universidade Estadual de Maringá (UEM) deflagaram greve por tempo indeterminado nesta terça-feira (11). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensinos de Maringá (Sinteemar), cerca de 80% do quadro dos funcionários aderiram à paralisação.
O secretário do Sinteemar, Almir Carvalho de Oliveira, afirma que a paralisação já afeta alguns serviços da biblioteca do campus de Maringá, do Restaurante Universitário (RU) e do Hospital Universitário (HU).
De acordo com a Assessoria de Comunicação da UEM, a vigilância, o Biotério Central da UEM e serviços essenciais do HU que envolvem risco de morte, como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), estão mantidos com o mínimo de efetivo necessário, conforme determina a Legislação.
De acordo com Oliveira, os serviços de laboratórios de pesquisas permanecem em funcionamento nesta terça-feira (11), mas também devem parar nos próximos dias. A greve deve afetar todos os alunos dos campi da universidade. "Sem esses serviços técnicos não há possibilidade de os professores continuarem com as aulas."
Estudantes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) fizeram diversas denúncias contra alguns tipos de atos indevidos tomados pelos servidores, que deflagraram greve por tempo indeterminado nesta terça-feira (11). Segundo alguns alunos, os servidores fizeram ameaças, interromperam aulas e forçaram blecautes em alguns blocos.
Uma das ameaças citadas à reportagem, por exemplo, seria de trocar as fechaduras de blocos e trancar alunos e professores dentro da universidade. "Os professores abriam e os seguranças fechavam em seguida", comentou o estudante de mestrado da UEM e programador André Noel.
"A greve tem a ver com a interrupção dos próprios serviços deles [servidores], não impedir o serviço dos outros ou as aulas, que depois terão que ser ministradas de forma atropelada", comentou Noel. Ele ainda contou que a energia do laboratório do departamento de informática foi cortada, o que impediu que professores e alunos continuassem as pesquisas que faziam.
Em nota publicada no site da UEM, o reitor, Júlio Santiago Prates Filho, comentou que a universidade é contra qualquer ato que atrapalhe a atividade dos alunos ou professores.
"[A UEM] Repudia qualquer forma de manifestação com atos de persuasão que impeçam o acesso ao trabalho daqueles que não venham a aderir ao movimento ou que causem dano à propriedade ou pessoa [sob pena de se caracterizar a abusividade do exercício do direito]", declarou o reitor.
Alunos
Uma das principais preocupações dos alunos diante da greve é a confusão gerada. Muitos não são comunicados se as aulas vão ou não ocorrer. "Eles não nos avisam de nada", reclamou a estudante de arquitetura Paula Marino.
"Minha sala está em época de provas nesta semana e agora estamos perdidos. Podemos ter prova tanto amanhã quanto só daqui um mês", comentou o aluno de engenharia elétrica Luiz Drugovich. "É triste o jeito com que os servidores estão agindo. Eles poderiam ter feito a greve antes das aulas começarem, assim não atrapalhariam tanto o calendário da universidade."
Sindicato
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino de Maringá (Sinteemar), Eder Rossato, comentou que os servidores estão orientados a não impedirem as aulas.
Sobre a questão da queda de energia, Rossato informou que a greve coincidiu com trabalhos da Companhia Paranaense de Energia (Copel) no campus da UEM. "O blecaute não tem nenhuma relação com o movimento. É mera casualidade", disse o presidente.
A reportagem entrou em contato com a Copel em Maringá, mas não conseguiu a confirmação.
Reivindicações
A principal reivindicação dos funcionários é um novo Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) e a realização de concursos para novas contratações. "Queremos ser atendidos e tratados como os professores. Queremos a mesma atenção para resolver os nossos problemas", defendeu o secretário do Sinteemar, Almir Carvalho de Oliveira.
De acordo com ele, a falta de funcionários sobrecarrega os servidores atuais, afetando, também, a qualidade dos serviços prestados. Para ele, o governo estadual prometeu discutir as reivindicações dos servidores no mesmo projeto de lei que atendeu às solicitações dos docentes das universidades estaduais, no final de agosto. "Eles já voltaram atrás algumas vezes. Marcam conversa com nossos representantes estaduais e desmarcam."
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