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Unicuritiba diz que não há ameaça e tem canal de diálogo aberto com alunos

De acordo com o assessor da Reitoria do Unicuritiba, Mauro Serafim, a instituição não foi comunicada oficialmente sobre a manifestação desta terça-feira (30) ou sobre a pauta de reivindicações. A reunião na quinta-feira (25) passada foi um encontro de praxe, realizado com os alunos em todo início de semestre. "A instituição sempre esteve de portas abertas. Não há lógica eles sofrerem ameaças. A instituição é totalmente democrática", afirma Serafim.

Em relação ao pedido de saída do pró-reitor Acadêmico do cargo, Serafim disse que a instituição nunca recebeu reclamações dos alunos contra Adriano Goedert. "A comoção nacional das massas contagiou a classe acadêmica. É nessa esteira que eles fazem as reivindicações", avalia Serafim. O assessor disse que, assim que as reivindicações forem apresentadas oficialmente ao Unicuritiba, a Reitoria dará um retorno oficial aos pedidos "o mais rápido possível". Os alunos devem protocolar as reivindicações nesta quarta-feira (31) e esperam que a resposta da Reitoria seja dada até o dia 6.

Cerca de cem alunos do Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba) protestaram por meia hora na noite desta terça-feira (30) para chamar a atenção da sociedade, professores, Reitoria e outros estudantes sobre uma lista de reivindicações para a melhoria do ensino na instituição. O evento "Queremos mais respeito do Unicuritiba!", organizado há pelo menos um mês nas redes sociais, tinha a confirmação de 871 pessoas. A concentração foi na frente do câmpus da Rua Chile, no bairro Rebouças. O segundo semestre acadêmico dos cerca de 5,3 mil alunos começou nesta semana.

O protesto foi pacífico e com "barulho" da bateria. No convite foi destacado que alunos que desrespeitassem o patrimônio da faculdade responderiam pelo ato conforme o regimento interno da instituição. Na lista com 16 reivindicações, as que ganharam mais destaque foram a saída do pró-reitor Acadêmico, Adriano Goedert; a reestruturação da biblioteca; estacionamento gratuito e fim das taxas administrativas; o fim do monopólio da cantina; o repúdio à aplicação imediata de nova grade curricular e a valorização e mais autonomia para os professores.

A maioria dos presentes era formada por acadêmicos de Direito. Aluno do 10.º período, Lucas Zago de Oliveira disse que "o principal ponto, que realmente mobilizou os alunos, foi o problema na rematrícula". Oliveira explica que a grade curricular foi alterada e imediatamente aplicada a todos os alunos, o que fez com que estudantes que já haviam cursado algumas disciplinas tivessem de fazer e pagar outras matérias, com mesmo conteúdo, mas nome diferente.

O evento organizado por alguns estudantes de forma autônoma ganhou o apoio "logístico" do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Diretório Acadêmico Clotário Portugal, do curso de Direito. "Não podemos dar o apoio formal por medo de represália", afirma o presidente do diretório, Wagner Chequeleiro Cordeiro.

Cordeiro conta que a Reitoria do Unicuritiba chamou representantes dos alunos para uma reunião na última quinta-feira (25). "Eles reforçaram que as portas estão abertas para o diálogo, mas os acadêmicos acabam tendo respostas vazias. Esse movimento surgiu não pela falta de canal, mas por ser mal utilizado", afirma o aluno. Durante o encontro, Cordeiro lembra que foi falado aos alunos que quem estivesse envolvido com o movimento poderia sofrer medidas disciplinares do regimento interno da instituição.

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