Problema também ocorre na UTFPR
As falhas na reposição de aulas se repetem na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que também ficou quatro meses em greve no ano passado. Os estudantes reclamaram que as aulas do final do primeiro semestre, que terminou no dia 20 de novembro, também foram dadas com menos qualidade, pressa e deixando de lado alguns assuntos.
"Muitos dos conteúdos programados antes da greve foram alterados, compilados. Ou seja, matérias que teríamos em três aulas, tiveram de ser encaixadas em apenas uma, por exemplo. Não por falta de competência dos professores, mas pelo pouco tempo que tivemos", conta Phelipe Heizen, estudante do curso de Tecnologia em Comunicação Institucional.
Reclamação
O pró-reitor adjunto de Graduação, Carlos Henrique Mariano, explica que o procedimento é o mesmo da UFPR. Se o aluno se sentir prejudicado com a aula de algum professor, deve procurar a coordenação. "Não soubemos de nenhuma reclamação. Temos o hábito de cumprir certinho cem dias letivos por semestre e, mesmo com a greve, mantivemos essa quantidade."
O calendário estabelecido pelo conselho universitário da Universidade Federal do Paraná (UFPR) após a maior greve da história que durou quatro meses, de maio a setembro de 2012 previa que todas as aulas fossem dadas normalmente e cumprissem a carga horária devida para que o estudante não fosse prejudicado. Mas não é isso que tem acontecido em alguns cursos. As aulas na instituição voltaram, ou deveriam ter voltado, na última segunda-feira.
Estudantes de diferentes graduações têm reclamado que alguns professores não cumpriram com o programa da disciplina, pularam alguns conteúdos, substituíram provas e aulas por trabalhos e terminaram as aulas antes do dia 21 de dezembro, quando começou o recesso de quatro semanas.
Claudia Pacheco está no último ano de Relações Públicas e conta que, das seis disciplinas que cursa, professores de apenas duas estão cumprindo o cronograma. "Um dos professores resolveu dar aula a distância. Apenas passava o que tínhamos que fazer em casa." Sem contar que a sua turma não teve aulas na última semana acadêmica de dezembro e o retorno das atividades foi programado para hoje.
No curso de Letras, problemas semelhantes ocorreram no final do primeiro semestre letivo. Juliana da Silva está no último ano e tem de fazer o trabalho de conclusão de curso (TCC). Ela reclama que se sentiu prejudicada por ter tido menos tempo para desenvolver o projeto e pelo fato de algumas aulas terem sido dadas superficialmente ou "bem matadas", como ela diz.
A troca de provas ou conteúdos que deveriam ser dados em sala por trabalhos para casa foi comum em outros cursos, como Direito, Administração e Informática Biomédica. Embora Ketline Lu, acadêmica do primeiro ano de Direito, se sinta prejudicada pelo comportamento de alguns professores, ela acredita que não deixou de aprender nada. "Penso que a matéria que nos foi dada no ano passado, mesmo com a greve, nos deixa a frente de muitas instituições."
Por conta da coordenação
Segundo a pró-reitora de Graduação da UFPR, Maria Amélia Sabbag Zainko, os professores têm autonomia para ministrar o conteúdo e podem trocar avaliações ou fazer outras mudanças, desde que cumpram a carga horária prevista no programa de cada disciplina.
Quando refez o calendário, a universidade sabia que ele seria mais curto, mas o conteúdo programático teria espaço suficiente para ser dado. "A instituição cuidou para que os estudantes não fossem prejudicados. Se o aluno se sentir assim, ele deve reclamar na coordenação do curso e avisar o coordenador que o professor não está cumprindo com seu trabalho", explica Maria Amélia.
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