Quem pretende cursar uma faculdade privada sem bolsa de estudos é obrigado a encarar o dilema da mensalidade. Para enfrentar esse caminho, o Financiamento Estudantil (Fies) torna-se uma opção viável, mas que exige atenção do estudante às suas consequências. Por se tratar de um empréstimo bancário, o aluno terá de retornar o dinheiro investido, o que pode comprometer as finanças pessoais por um período. Se o Fies é uma opção para você, confira os detalhes que não podem passar despercebidos:
Quem pode
Podem usar o Fies estudantes de cursos presenciais de graduação em faculdades privadas com avaliação positiva no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). O financiamento é vetado a alunos com matrícula trancada, que já tenham usado financiamento ou sejam inadimplentes e que tenham renda familiar superior a 20 salários mínimos.
Inscrição
É possível solicitar o empréstimo em qualquer período do ano e a inscrição deve ser feita pelo Sistema Informatizado do Fies (http://sisfies.mec.gov.br). Depois de fazer o cadastro no sistema, o aluno deve retirar o Documento de Regularidade de Inscrição (DRI) na faculdade e validar o contrato do financiamento em uma agência da Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil, os únicos agentes autorizados a administrar contratos do Fies.
Enem
Desde 2010, interessados em contratar o financiamento devem ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Estão liberados da exigência os professores da rede pública de ensino e candidatos que concluíram o ensino médio antes de 2010.
Valor do empréstimo
Depende da renda do estudante. Alunos com renda familiar inferior a dez salários mínimos podem financiar de 50% a 100% do curso. Renda entre dez e 15 salários permite auxílio de 50% ou 75%. Rendimentos de 15 a 20 salários possibilitam financiar metade do curso.
Fiador
É necessário indicar um fiador, que também assinará o contrato. Como em qualquer empréstimo, caso o estudante não possa pagar as parcelas após a formatura, a cobrança recairá também sobre o fiador. Estão dispensados de apresentar fiador alunos de licenciaturas, bolsistas parciais do ProUni e alunos com renda familiar de até 1,5 salário mínimo.
Professores e médicos
Estudantes dos cursos de licenciatura e Medicina que, após a formatura, prestarem serviço nas redes públicas de educação e saúde podem abater 1% da dívida para cada mês trabalhado. No caso dos médicos, é preciso trabalhar em áreas carentes, onde há poucos profissionais de saúde.
Pagamento
Depois de terminar o curso, o estudante tem 18 meses de carência para conseguir uma colocação no mercado de trabalho. A partir do 19º mês, quando começa o pagamento, a dívida é parcelada em até três vezes o período financiado do curso, acrescido de 12 meses. Por exemplo, alguém que financiou um curso durante quatro anos pagará o financiamento por 13 anos. A taxa de juros é de 3,4% ao ano.