Carlos Eduardo investiu na área de biotecnologia e hoje tem sua própria empresa de reprodução equina, além de dar aula na PUCPR| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Verdadeiro ou falso?

Só quem tem um bichinho de estimação sabe o quanto ele pode mudar a vida de seus donos. Diante de tanto carinho, alguns vestibulandos não pensam duas vezes na hora de escolher a profissão e optam pela Medicina Veterinária. No entanto, o cotidiano deste profissional não se restringe a um consultório prestando atendimento a cães e gatos.

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"As áreas de trabalho são amplas e vão além de pet shops e zoológicos. Há espaço em fazendas, empresas de alimentos para animais, indústria farmacêutica veterinária, ONGs de defesa dos bichos, além de clínicas e hospitais para atendimento de espécies de companhia, silvestres e de produção e empresas de biotecnologia", diz Masaru Sugai, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR).

Com opções tão variadas, é bom não deixar a decisão sobre que área seguir para o último semestre do curso. Por isso, é bom identificar, já no início, qual o seu perfil e investir em estágios, projetos de iniciação científica e oportunidades de monitoria.

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Segundo a professora Claudia Pimpão, coordenadora do curso de Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), para conseguir boas oportunidades, é essencial que o graduado invista em qualificação. Para isso, vale a pena fazer uma pós-graduação – podendo ser uma especialização ou um mestrado –, além de participar de cursos de curta duração, palestras e congressos. "Para quem quer clinicar, as residências médico-veterinárias também são ótimas opções, porque colocam o profissional em contato especificamente com sua área de interesse", diz.

Especialização

Uma prova da importância da qualificação é o médico veterinário Carlos Eduardo Camargo, de 27 anos. Formado em 2005 e interessado em cavalos, Camargo investiu em estágios na área de biotecnologia durante os cinco anos da graduação, se especializou, fez vários cursos, um treinamento em um haras nos Estados Unidos e terminou um mestrado no ano passado.Hoje ele é professor universitário – dá aulas na Faculdade Evan­gélica do Paraná (Fepar) e na PUCPR –, presta atendimento e administra sua própria empresa de biotecnologia de reprodução equina, a EmbryoHorse, e ainda encontra tempo para ministrar cursos e palestras em todo o Brasil. "Durante a graduação, ouvia que trabalhar com cavalos não dava dinheiro. Então meu conselho para quem opta pela Medicina Veterinária é simples: invista em cursos e especializações e faça seu sonho dar certo."

Ficha Técnica

Saiba mais sobre o curso e sua atividade:

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Onde estudarNo Paraná, 17 universidades oferecem o curso, entre elas UFPR, UEL, UEM, PUCPR e Tuiuti.

Duração do cursoEm média cinco anos.

MensalidadeNa PUCPR, é R$ 1.930. Na Tuiuti, R$ 1.635.

Outros custosEm geral, os gastos são baixos, com a compra de materiais de uso pessoal, como jaleco e botas.

MercadoConsultórios e pet shops ainda têm espaço para quem investir em especialização. Um campo que ganha mais importância é o agronegócio. Há vagas em ONGs de preservação ambiental e defesa dos direitos dos animais, mas os salários são mais modestos. SaláriosO piso regulamentado é de seis salários mínimos para 30 horas semanais. Um recém-formado ganha entre R$ 1, 5 mil e R$ 2 mil. Para exercer a profissão, é preciso ter registro no CRMV.

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DisciplinasAnatomia Geral Veterinária (1º período), Bioquímica e Biofísica Veterinária Aplicada (2º), Microbiologia Veterinária Aplicada (4º), Nutrição Animal (5º) e Técnica Cirúrgica Aplicada (6º) são algumas das matérias da PUCPR.

ConcorrênciaNa UFPR, a concorrência do último vestibular foi de 13,46 (câmpus Curitiba) e 7,33 (câmpus Palotina) candidatos por vaga. O curso tem regime integral (manhã e tarde) e conta com 54 vagas (Curitiba) e 80 vagas (Palotina). Nas particulares, o curso é oferecido apenas no turno da manhã.