Esqueça a imagem do "ecochato". Com uma formação diversificada e um mercado cada vez mais promissor, a Engenharia Florestal é uma opção certa para o estudante que gosta de ecologia e contato com o meio ambiente sem deixar de lado a perspectiva do desenvolvimento. "Nosso papel não é fiscalizar as matas, mas criar formas de manejá-las da maneira mais sustentável e eficiente possível, trabalhando por sua preservação e recuperação, se for o caso", explica Marcio Coraiola, coordenador do curso de Engenharia Florestal da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
Segundo ele, o foco do trabalho desse profissional é justamente promover uma gestão ecologicamente correta dos recursos florestais, como madeira, e o aproveitamento de materiais para medicamentos e biocombustíveis, criando alternativas que aumentem a produtividade sem comprometer o meio ambiente. "Em um mundo cada vez mais assustado com o fantasma do aquecimento global e preocupado em ser sustentável, certamente a atuação do engenheiro florestal é mais que necessária", diz.
Mercado
Quanto ao mercado de trabalho, Coraiola explica que há espaço para engenheiros florestais em empresas privadas, ONGs e órgãos públicos, mas uma tendência que vem ganhando força, principalmente entre os recém-formados, é o trabalho em consultorias. "Nesse caso, o profissional pode até abrir seu próprio negócio ou trabalhar de forma autônoma", comenta.
É o caso do engenheiro florestal Jefferson Mendes. Formado em 1982 pela Universidade federal do Paraná (UFPR), Mendes é proprietário de uma empresa de consultoria. "Nesta área, o Brasil tem plenas condições de exportar profissionais, pois nosso modelo de silvicultura tem alta produtividade com baixos custos, uma combinação que sempre impressiona os outros países", conta. Mas se o objetivo do estudante é trabalhar no exterior, Mendes faz algumas ressalvas. "É imprescindível investir no estudo de línguas estrangeiras e adquirir o máximo de experiência durante a faculdade".
No caso da engenheira florestal Liz Buck Silva, formada em 1999 também pela UFPR, a opção foi por trabalhar em uma ONG. Desde 2003 na Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), Liz trabalha como educadora ambiental orientando e estabelecendo planos de desenvolvimento para comunidades que vivem próximas às matas no litoral do Paraná. "Em uma empresa privada, meu salário provavelmente seria muito maior que no terceiro setor. Porém, faço o que me faz feliz, independentemente do dinheiro".
Disciplinas
Morfologia Vegetal (1º período), Solos Florestais (3º período), Anatomia da Madeira e Custos Florestais (4º período), Economia Florestal (5º período), Recursos Energéticos Florestais (6º período), Gestão dos Recursos Naturais Renováveis (7º período) e Recuperação de Áreas Degradadas (10º período) são algumas das disciplinas da PUCPR.
Concorrência
Na UFPR, a concorrência do último vestibular foi de 4,04 candidatos por vaga. O curso tem regime integral (manhã e tarde) e oferece 70 vagas.