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Geraldo Batista da Costa, estudante do penúltimo ano de Medicina da UFPR, faz internato o dia todo no Hospital do Trabalhador. | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Geraldo Batista da Costa, estudante do penúltimo ano de Medicina da UFPR, faz internato o dia todo no Hospital do Trabalhador. (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo)

Com tantas horas de estudo é praticamente impossível que o aluno de Medicina consiga trabalhar. A grande maioria acaba tendo de contar com a ajuda da família, o que nem sempre é possível. A boa notícia é que algumas instituições oferecem recursos para estudantes de baixa renda. Um exemplo é a bolsa permanência da UFPR, que destina, mensalmente, R$ 315 ao aluno, para ajudar nas despesas com alimentação e transporte. "Sabemos como é difícil se manter, mas a falta de dinheiro não é o que vai fazê-lo desistir. Quase sempre conseguimos resolver o problema para evitar a evasão", explica o coordenador do curso da Federal, o médico ginecologista Edison Luiz Tizzot, que diz que o curso tem uma das menores taxas de desistência da instituição.

Para quem não conseguiu vaga em uma instituição pública, a mensalidade pode ser a grande vilã. Nas cinco instituições particulares do Paraná o valor fica em torno de R$ 3 mil por mês. Existe, contudo, a possibilidade de os estudos serem subsidiados pelo governo federal. As opções são o Fi­­nan­cia­mento Estudantil (Fies) – em que o estudante faz uma espécie de empréstimo para custear as mensalidades e depois de formado tem de pagar o saldo devedor – ou pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), que dá bolsas parciais e totais para quem comprova baixa renda e tem boas notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

É com o auxílio do Prouni que Danilo Barbosa, estudante do quarto ano da Faculdade Evan­gélica do Paraná (Fepar), está conseguindo fazer o curso. Ele, que desde criança sonhava com a Medicina, saiu do interior de São Paulo para tentar a vaga, que só veio depois de três anos de estudo. Mesmo com a bolsa, ele conta que não é fácil se manter na cidade, longe da família. No começo chegou a trabalhar em horários alternativos. Foi de agente penitenciário a vendedor de loja. Porém, veio o momento em que o trabalho estava atrapalhando os estudos e ele teve de parar. "Cheguei a reprovar, porque estava sem tempo de estudar em casa. Não tem mesmo como levar as duas coisas ao mesmo tempo", conta ele, que atualmente faz "bicos", prestando serviços na área de informática, para garantir um dinheiro extra.

Geraldo Batista da Costa, que está no quinto ano na UFPR, passa por situação semelhante. "Hoje, uma saída que encontrei é trabalhar aos domingos em uma churrascaria. Mesmo assim é complicado. Deixo de fazer muitas coisas, inclusive sair com meus amigos no único dia que teria de descanso."

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