O recém formado Robson Ishii elogia o método aplicado nos jogos de empresas: proximidade com a realidade.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Década de 1950

Os jogos de empresas também estão presentes em pós-graduações e treinamentos para executivos. "A disciplina coloca o aluno diante de dificuldades e é por meio delas que surge o aprendizado", afirma o professor Carlos Yamaguti, da FAE Centro Universitário. A base para o método foi desenvolvida nos Estados Unidos, na década de 1950, e chegou ao Brasil três décadas depois.

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O jogo de empresas é uma das disciplinas mais aguardadas por estudantes de Administração durante a graduação. É o momento de arriscar, integrar e colocar em prática os conteúdos aprendidos no decorrer do curso. Nela, os alunos tornam-se executivos e têm de encarar desafios de gestão em um ambiente empresarial simulado por um sistema computadorizado.

A disciplina – presente no currículo das principais instituições de ensino e ofertada geralmente no último ano da graduação – exercita a tomada de decisões. Em equipes, os alunos atuam como executivos, analisam o contexto e cenários hipotéticos e têm de encarar as consequências decorrentes de posicionamentos tomados. As atitudes são adotadas mediante conflitos e situações inesperadas do mercado, como greves, recessão, falta de matéria-prima ou clima organizacional.

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Segundo a coordenadora do curso de Administração da Universidade Positivo, Joelma Kremer, a disciplina engloba as grandes áreas funcionais de uma instituição – marketing, recursos humanos, finanças e produção – e permite que o aluno planeje, organize, controle e, principalmente, saiba ponderar a tomada de decisões. "Eles testam no mundo virtual o que pode ocorrer no mundo real. É um laboratório que permite o erro e que, principalmente, se aprenda com ele", salienta.

"A base do curso é teórica e com estudo específico de cada área. Os jogos de empresas permitem que se trabalhe, na prática, a interdisciplinaridade e quebram o paradigma tradicional do ensino: professor ensina e aluno aprende", afirma o professor adjunto do curso de Administração da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Gustavo Abib.

Satisfação

Bem aceito pelos estudantes, o método combina satisfação e aprendizagem. Robson Ishii, graduado em Administração pela UFPR, em 2013, cursou a disciplina no último ano e garante que foi naquele momento que conseguiu ter uma noção mais abrangente da administração. "Mesmo no estágio ainda não tinha conseguido ter a visão completa do funcionamento de uma empresa, nem de como as áreas se inter-relacionam", relata. Hoje, atuando em uma empresa de consultoria, Robson tem muito mais facilidade no diagnóstico de projetos que envolvem a empresa toda. Ele atribui isso à proximidade com a realidade do mercado que o método de ensino proporcionou a ele.

Simulação capacita para o mercado

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Pesquisas divulgadas pelo Conselho Regional de Administração do Paraná (CRA-PR) apontam o perfil do profissional de administração que o mercado busca. O resultado traz características como visão sistêmica, flexibilidade, facilidade de se relacionar e gerir equipes – competências exercitadas em jogos de empresa. Lorena Gramms, da Comissão de Educação do CRA-PR, ressalta que passar pela experimentação, seja em softwares ou estudos de casos, que traga a problemática da empresa para a sala de aula de forma multidisciplinar, forma um profissional com condições reais de atuar no mercado. Uma das intervenções praticadas pelo conselho é sugerir às instituições que firmem convênios com empresas para que alunos exercitem a realidade. (CR)