Camila Sutil faz parte da primeira turma de Biotecnologia da PUCPR| Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo

A caminho

Estudo britânico aponta ocupações que ainda não existem

Para quem não se contenta em pensar sobre áreas em que faltam profissionais e prefere ousar com uma inovação completa, a pesquisa The Shape of Jobs to Come ("A forma dos empregos que virão", em português) é o guia ideal. Patrocinado pelo governo britânico e concluído em 2010 pela consultoria fastfuture, o estudo elencou 110 carreiras que não existem, mas têm todas as condições para vir à tona nas próximas décadas.

Participaram da pesquisa 58 países em seis continentes. Todas são vinculadas a avanços científicos e inovações recentes. De acordo com o estudo, essas novas ocupações terão características tão peculiares que devem revolucionar o modo como se entende um emprego hoje. Entre as carreiras do futuro apontadas pela pesquisa estão as de fiscal de mudanças climáticas, consultor de bem-estar na terceira idade, gestor de resíduos sólidos e perito digital forense. o estudo completo, em inglês, pode ser encontrado no site da consultoria.

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Biotecnologista é uma das profissões citadas pela pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) como uma das mais promissoras para os próximos anos e a tendência de crescimento é confirmada por quem já está no setor.

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Camila Sutil, aluna de Biotecnologia na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), prestou vestibular e se matriculou logo após o lançamento do curso e diz, com orgulho, que a sua turma ajudou a abrir o mercado. "As empresas não conheciam o que um profissional de biotecnologia pode fazer, mas, no decorrer desses quatro anos, o mercado ficou muito mais receptivo." Nos estágios que fez, a estudante acumulou experiência na pesquisa com células-tronco e melhoramento Genético de plantas.

Segundo a coordenadora do curso na PUCPR, professora Vanessa Sotomaior, há poucos anos a Biotecnologia era uma área de pesquisa da pós-graduação, na qual somente mestres e doutores atuavam. A professora conta que a necessidade de profissionais em institutos de pesquisa na área é tão grande que a chegada dos graduados no setor deve movimentar bastante o mercado.

Possibilidades

A engenheira de bioprocessos e biotecnologia Bianca Eli Della Bianca se formou pela Universidade Federal do Paraná em 2007 e acabou de voltar da Holanda, onde desenvolveu parte de seus experimentos para o doutorado que está cursando na Universidade de São Paulo. Ela ajuda a explicar as possibilidades do setor. "Toda empresa que trabalha com algum processo biológico pode contratar um biotecnologista – seja na produção de bioprodutos (bebidas, enzimas, inoculantes, biocombustíveis etc.) ou na aplicação deles (tratamento de efluentes etc.)", considera.