Neli trabalha com produção de eventos culturais e pesquisas sobre as relações raciais no Brasil.| Foto: Hedeson Alves
Saiba o que é mito ou verdade sobre o curso e a profissão

Se você gosta de revistas, livros e jornais, procura saber o que acontece no lugar em que vive e no meio político, e ainda costuma conversar com as pessoas à sua volta sobre os problemas do mundo, certamente vai gostar do curso de Ciências Sociais.

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São quatro anos de muita leitura e debates para que um bom cientista social se forme e possa atuar em áreas como ensino, pesquisa, planejamento, consultoria e assessoria. "O aluno precisa gostar de ler, isso é fundamental, mas também precisa ter curiosidade para entender uma sociedade e os seus porquês", explica Marivania Conceição de Araújo, coordenadora do curso na Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Um cientista social estuda, de uma perspectiva científica, questões ligadas a relações de trabalho, violência urbana, política e religião. Além de ser curioso e gostar de ler, um bom profissional deve ter espírito crítico. "No curso o aluno é incentivado a questionar fatos que aparentemente são naturais", diz o professor Alexandro Dantas Trinda­­de, coordenador do curso da Uni­­ver­­sidade Federal do Paraná (UFPR). Um profissional com licenciatura pode dar aulas no ensino médio, que agora tem a So­­ciologia como disciplina obrigatória. O bacharel é apto a trabalhar com pesquisa, consultoria para empresas e ONGs e assessoria política e de movimentos sociais.

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Recém-formada pela UFPR, Neli Gomes da Rocha, de 28 anos, trabalha com produção de eventos culturais e pesquisas sobre relações raciais no Brasil, no Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UFPR. "A sociologia possibilita compreender as formas das inúmeras desigualdades existentes. Ela também permite entender como a contextualização histórica pode auxiliar na produção de pesquisas, estudos e políticas públicas que visem à diminuição de tais desigualdades", explica.

Áreas

O curso de Ciências Sociais apresenta três grandes áreas de atuação: sociologia, antropologia e ciências políticas. Em algumas instituições, o aluno escolhe logo no início da graduação qual delas pretende seguir.

Aqui no Paraná, normalmente as três áreas são estudadas durante a graduação e no Trabalho de Con­­clusão de Curso o estudante se foca em uma delas. Mas também há graduações específicas de Sociologia (na PUCPR, por exemplo) e de Ciências Políticas (como o da Facinter, em Curitiba).

Desde 2007, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) reformulou a grade curricular do curso para atender a uma área que sofre com a falta de profissionais: análise e levantamento de dados. "Temos praticamente uma nova linha de formação, para tornar o aluno apto a coletar e analisar dados da sociedade", afirma o professor Paulo Azevedo, coordenador do curso.

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FICHA TÉCNICA

Conheça detalhes sobre o curso e as possibilidades de atuação profissional

Onde estudar Segundo o Ministério da Educação, há oito cursos de Ciências Sociais no Paraná, entre eles o da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o da Universidade Estadual de Londrina (UEL), o da Universidade Estadual de Maringá (UEL) e o da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

Duração do curso4 anos.

MercadoUma área em expansão para o cientista social é a docência, já que a disciplina de Sociologia tornou-se obrigatória no ensino médio.

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SaláriosNa rede estadual do Paraná,um professor de ensino médio recebe R$ 1.475,91 para 40 horas semanais de trabalho. Em 2009, um concurso público da Copel abriu duas vagas para cientistas sociais, com salários deR$ 2.456,99 (bacharelado) eR$ 3.214,16 (bacharelado e mestrado ou doutorado em Etnologia Indígena).