- Um mar de oportunidades
Quem nunca quis assistir às aulas na praia, usando bermuda e chinelos? Para os estudantes de Oceanografia esse sonho é realidade. Mas o contato com as ondas do mar não é sinônimo de uma graduação sem exigências. Com uma grade que preza pela diversidade, envolvendo disciplinas como Cálculo, Física, Geologia, Estatística, Sociologia e Direito, os futuros oceanógrafos precisam ralar para acompanhar tanta diversidade.
"A palavra de ordem na Oceanografia é multidisciplinaridade. O estudante tem de ser flexível e determinado para desenvolver suas habilidades em várias áreas", explica Maurício Camargo, professor do curso da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o único do estado.
Como a graduação é em período integral, a rotina é puxada, mas tem tudo para agradar a quem gosta de aulas práticas. "O curso exige que cada aluno tenha pelo menos cem horas embarcadas (de atividades práticas no mar) para se formar e quase todas as matérias oferecem exercícios em manguezais, na Baía de Paranaguá, na Ilha do Mel e nas praias de Pontal do Sul", diz.
Mercado
Para quem pensa que a praia é o único ambiente de trabalho do oceanógrafo, o ideal é pesquisar um pouco a respeito para não se decepcionar. "A área é muito ampla. O dia a dia de um oceanógrafo que trabalha com consultoria, por exemplo, inclui análise e elaboração de relatórios, bem longe da praia".
Os órgãos públicos ainda são os maiores empregadores, mas o mercado está aquecido e apresenta ótimas oportunidades em empresas privadas e ONGs. Independentemente do segmento escolhido, para garantir um bom emprego a dica é investir em qualificação. "O graduado termina o curso com uma visão bastante genérica. Se o aluno quer ter uma formação mais consistente, o melhor é refinar seu conhecimento", comenta.
Foi justamente essa a opção de Alexandre Arten, de 28 anos. Formado em 2007 pela UFPR, Arten está no último ano do Mestrado em Sistemas Costeiros e Oceânicos oferecido pela Federal. "Sempre gostei de pesquisar e, como o mercado é muito amplo, é importante se especializar para conseguir as melhores oportunidades", diz. Por causa da pós-graduação, ele está licenciado do cargo de diretor executivo da Associação MarBrasil, uma ONG com sede em Pontal do Sul que desenvolve projetos de preservação ambiental.
FICHA TÉCNICA
Veja mais detalhes sobre o curso e a atividade profissional
Onde estudarNo Paraná, somente a UFPR oferece o curso. As aulas são realizadas no Centro de Estudos do Mar (CEM), no câmpus Pontal do Paraná.
Duração do cursoCinco anos.
Outros custosO único custo extra é para a compra de jaleco, que deve ser usado em algumas aulas nos laboratórios.
MercadoO serviço público é o maior empregador e com a regulamentação da profissão há dois anos as vagas estão crescendo, já que agora os concursos públicos para essa área só podem convocar oceanógrafos. O mercado de trabalho em ONGs e empresas privadas está aquecido, assim como a docência e a pesquisa.
SaláriosA profissão não tem um piso salarial regulamentado. Um recém-formado ganha entre R$ 1,5 mil e R$ 2 mil. Um profissional com cinco anos de experiência e pelo menos um curso de especialização recebe entre R$ 4 mil e R$ 5 mil.
DisciplinasIntrodução à oceanografia química (1º período), Cálculo para ciências do mar (2º ), Introdução à cartografia e navegação, Geologia para ciências do mar e Diversidade biológica (3º ), Direito ambiental (5º), Recursos marinhos renováveis e não renováveis (7º período) são algumas disciplinas da UFPR.
EstruturaO curso da UFPR tem estrutura modular: as matérias são dadas uma de cada vez e o aluno tem uma ou duas semanas só com aulas da mesma disciplina. No quarto ano, todos os alunos têm de optar por uma habilitação: Pesquisa Oceanográfica ou Gestão Ambiental
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