Tatyane Barrozo optou pelo curso de capacitação do Senai por ser mais rápido que graduação| Foto: Mauro Frasson/Senai

Passarelas glamorosas, modelos magérrimas e um estilista alternativo responsável por tudo. Se essa é a primeira imagem que vem à mente quando o assunto é moda, está longe de ser a única. Quem almeja entrar no mercado profissional da área tem muitas opções disponíveis – e nem é preciso ser bom de desenho. "Os cursos de Curitiba são muito voltados para a criação, mas moda não é só produto. Existem oportunidades para consultoria, varejo e modelagem", diz Manita Menezes, professora de Moda no Centro Europeu e no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

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No varejo, profissionais de moda são cada vez mais requisitados em Curitiba, uma das capitais com mais lojas do Brasil. "O comércio está fazendo cada vez mais eventos de lançamentos, divulgação de moda inteligente e organização de vitrines de forma profissional", conta Manita. Além disso, é crescente a demanda por consultores de imagem e compradores – profissionais responsáveis por buscar tendências, definir o estilo e organizar o estoque de lojas multimarcas. Segundo a professora, vendedores também precisam de treinamento para dar bons palpites e sugestões ao cliente.

Quem gosta de criar também tem espaço, mas pode ser necessário mudar de cidade. "Curitiba não é um polo de produção de vestuário, mas cidades do Norte do Paraná, como Cianorte e Maringá, e o estado de Santa Catarina têm muitas confecções próprias. Essas empresas contratam profissionais para criar coleções", diz Fernanda Marochi, professora do curso de Moda da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP). Além disso, na indústria têxtil ainda há grande demanda por um profissional que está ficando raro: o modelista. "É ele quem faz o molde em papel das roupas. Um trabalho imprescindível, que deve ser muito pensado e calculado", diz Fernanda.

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Graduação

Nem todas as profissões ligadas à moda são regulamentadas no Brasil e os cursos de graduação são novos. O primeiro do país, da Faculdade Santa Marcelina, foi fundado em São Paulo há 24 anos. E quem busca por profissionalização não encontra um currículo definido. Em Curitiba existem basicamente três caminhos a seguir: faculdades, cursos técnicos e de capacitação. Todos são voltados para a criação e preparo do profissional para o mercado de trabalho, mas existem diferenças no aprofundamento de conteúdos e no tempo de duração.

As faculdades são voltadas a quem busca bagagem teórica. Os cursos têm duração de quatro anos, com cerca de 3 mil horas/aula. "A ideia é preparar o aluno para trabalhar nos diferentes setores da moda. Os cursos são voltados à criação de vestuário", diz a professora da UTP. As disciplinas englobam desenhos, programas de computador, modelagem, gerenciamento de desfiles e fotografia de moda. A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e a Universidade Positivo (UP) também oferecem graduações na área.

Maria Francisca Sofia Medeff Santos se formou em Design de Moda pela UTP e está satisfeita, mas considera que só a graduação não basta. "O curso é muito bom, mas não adianta se formar em Moda e não se atualizar. É na prática que se encontram as tendências, que estão sempre mudando", diz. Segundo ela, o aperfeiçoamento também é importante. Maria Francisca fez especializações nos Estados Unidos e trabalha com acessórios em Curitiba.

Capacitação fora das faculdades

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Com mais ênfase na prática e bem menos tempo de duração que cursos de graduação, as formações técnicas são uma boa opção para quem quer chegar logo ao mercado de trabalho. "Esses cursos são para aqueles que já trabalham na área e buscam aperfeiçoamento ou para quem não tem nenhum conhecimento e quer saber se é isso mesmo o que deseja fazer", diz Manita Menezes, que dá aulas em cursos do Centro Europeu e do Senac, em Curitiba. Esse tipo de formação dura de seis meses a um ano, com cerca de 300 horas de aulas.

Oportunidade

Outra oportunidade são as capacitações profissionais, oferecidas na capital pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). O curso de Capacitação em Desenhista de Moda, por exemplo, dura quatro meses e tem 288 horas. "Os alunos veem história da moda, tecnologia de materiais, tecidos, desenho à mão, marketing voltado para a moda e pesquisam tendências. Também é cobrado o planejamento e o desenvolvimento de coleções", diz Viviane Maria de Lima, técnica em educação profissional do curso.

As aulas têm uma parte teórica, mas a ênfase é na prática. Tatyane Barrozo sempre gostou de moda e fotografia e escolheu a capacitação por ser mais rápida do que uma faculdade. "Quero trabalhar com produção de moda e fotografia. No curso tenho contato direto com quem já atua no mercado de trabalho", diz. E essa é a principal dica dos professores de todos os tipos de formação em moda: o estudante deve aproveitar o curso para estabelecer contato e se inserir no mercado. Depois de formado é cada vez mais difícil conseguir uma boa colocação.

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