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Kelen é responsável pela articulação das atividades da empresa junto às comunidades | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Kelen é responsável pela articulação das atividades da empresa junto às comunidades| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Verdadeiro ou Falso?

O curso é necessariamente voltado ao assistencialismo.

Falso.

O profissional é um profundo conhecedor e pesquisador da sociedade. Estuda suas características e demandas para propor soluções. Não trabalha apenas para resolver os problemas de maneira provisória, mas para promover mudanças sociais.

O assistente social também atua em empresas.

Verdadeiro.

Cada vez mais os assistentes sociais estão dentro das empresas, trabalhando na articulação com as comunidades. Eles são responsáveis por projetos de responsabilidade social, ambiental e também o acompanhamento de impactos e políticas sociais.

Muito se falou durante a campanha eleitoral do ano passado sobre projetos sociais e assistencialistas promovidos pelo setor público. Esta é a principal imagem associada ao assistente social, profissional formado nos cursos de Serviço Social. Porém o que poucas vezes é lembrado é que esta profissão tem objetivos mais profundos e um conhecimento teórico sobre a sociedade que vai além das políticas de assistência social implantadas pelos governos.

"A profissão surgiu da necessidade de enfrentar os conflitos e desigualdades sociais geradas nas relações entre estado e sociedade", afirma Maria Izabel Scheidt Pires, diretora do curso da Pontifícia Uni­versidade Católica (PUCPR). Segundo a diretora, só é possível que o assistente social planeje estratégias, programas e projetos se tiver um diagnóstico da sociedade. "Dessa forma, o profissional não realiza filantropia ou caridade. Não atua na superfície, mas nas raízes dos problemas."

O principal foco da graduação está nas áreas de Sociologia, Ciência Política e Psicologia Social. "Nosso curso está estruturado em três momentos. Primeiramente oferece uma formação voltada para os fundamentos da vida social. Depois volta-se para o estudo da formação, desenvolvimento e estruturação da sociedade brasileira, analisando aspectos históricos e políticos. E em seguida passa para os alunos as principais ferramentas utilizadas no trabalho profissional do assistente social", explica Maria Izabel.

Quando prestou o vestibular, Ke­­len Cristina Daulcin não tinha muita ideia de como seria o curso, mas apostou na união entre teoria e prática. "Queria estudar as questões so­­ciais e ao mesmo tempo ter ações efe­­tivas na sociedade", conta. Para ela o curso mostrou-se muito forte nesta união e logo nos primeiros estágios.

Seu primeiro trabalho foi em uma área que poucas pessoas conhecem: o campo sócio jurídico, atuando no Ministério Público do Paraná. "Há uma equipe que realiza pesquisas e estudos dos casos. Os resultados são analisados e dão respaldo para a tomada de decisões dos promotores e procuradores."

Isso também acontece em seu atual emprego, na Petrobras, onde é responsável pela supervisão, orientação e articulação das atividades da empresa junto às comunidades em que as refinarias estão instaladas. "Atualmente as empresas estão estão mais preocupadas com responsabilidade social, meio ambiente e relacionamento com as comunidades. É uma demanda do cenário econômico atual", explica. Estas novas demandas resultam em um mercado de trabalho em desenvolvimento, com novas vagas tanto setor público mas quanto em empresas privadas.

Ficha técnica

Conheça melhor o curso e a rotina da profissão:

Onde estudarA Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste), Universidade Estadual de Londrina (UEL) são algumas das instituições públicas que oferecem o curso no Paraná. Além destas, outras instituições particulares também oferecem a graduação, como a Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), as Faculdades Integradas do Brasil (Unibrasil), o Centro Universitário de Maringá (Cesumar).

Duração do curso4 anos.

DisciplinasTeoria Sociológica I (1º ano), Formação Social, Política e Econômica (2º), Direito e Legislação Social (3º ), Planejamento Social e Políticas Setoriais (4º) são algumas disciplinas do curso na UEM.

MercadoO maior empregador de assistentes sociais ainda é o setor público por meio de concursos, mas as empresas privadas e o terceiro setor também estão expandindo sua atuação social. Os assistentes podem trabalhar em áreas como habitação, saúde, meio ambiente, previdência, proteção da criança e do adolescente, idosos, mulheres.

RemuneraçãoO órgão que regula a profissão é o Conselho Federal de Serviço Social, juntamente com os conselhos regionais. Recentemente foi aprovada uma normatização que estabeleceu uma jornada de 30 horas semanais. Não há um piso definido, mas os iniciantes recebem em torno de R$ 1,5 mil.

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