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      A Biotecnologia é uma área relativamente nova. Mais recentes ainda são os cursos específicos para capacitar os profissionais responsáveis pela utilização de material biológico em diversas aplicações. No entanto, já há uma distinção clara entre os cursos da área, prin­­cipalmente entre a graduação de Biotecnologia e a de En­­genharia de Bioprocessos e Bio­tecnologia. Não que as formações sejam opostas, pelo contrário. Elas são como dois lados de uma mesma moeda e a diferença está na atuação que cada profissional vai desempenhar.

      O profissional formado em Biotecnologia trabalha com a manipulação do material biológico, que vão de micro-organismos, como bactérias e fungos, a células e tecidos do corpo humano. Já o engenheiro trata da aplicação deste material no dia a dia, principalmente nas áreas da saúde, indústria, agricultura e meio ambiente.

      As rotinas de trabalho de Mar­­celo Calite Barga, 29 anos, e Saul Nitsche Rocha, 27, explicam bem essa relação complementar. Ambos são da área e trabalham na mesma empresa, mas na hora de colocar a "mão na massa" cada um tem uma função. Se, por exemplo, uma fábrica de etanol contratasse-os para aumentar a sua produção, o biotecnólogo Saul (na foto acima) seria encarregado de desenvolver em laboratório uma levedura que elevaria o rendimento final do produto. O engenheiro Mar­­ce­lo (na foto abaixo) projetaria e desenvolveria uma forma de aplicar esse material no processo industrial.

      "A empresa é contratada principalmente para realizar pesquisas e desenvolvimento de tecnologia para outras empresas. Para uma indústria pequena ou média, focada em sua produção, sairia muito caro ter um laboratório próprio, contratar pesquisadores e desenvolver as próprias soluções. É essa parte que fazemos aqui", explica Marcelo. "Ten­­tamos levar o conhecimento acadêmico até sua aplicação", afirma.

      Mercado de trabalho

      Ainda há poucos profissionais formados em cursos específicos de Biotecnologia e é comum encontrar graduados em Química e Biologia atuando no ramo, explica o coordenador do curso de Biotecnologia da PUCPR, Umberto Madeira. Isso mostra que para os futuros profissionais existe um mercado amplo e que tenderá a crescer ainda mais, em razão dos investimentos tanto da iniciativa privada quanto do poder público.

      "As pessoas falam que o século passado foi o da informação. Esse agora é o da biotecnologia. Basta ver, por exemplo, como pouco tempo após se descobrir uma nova doen­­ça o genoma do vírus já é se­quenciado e a vacina produzida", explica.

      FICHA TÉCNICASaiba mais sobre o curso e o mercado de trabalho

      Onde estudarSegundo o MEC, no Paraná existem quatro cursos de graduação: Bio­tecnologia, da PUCPR; Tecnologia em Biotecnologia, da UFPR de Palotina; Engenharia de Biopro­ces­sos e Biotecnologia, da UFPR de Curi­­tiba; e Tecnologia em Biopro­cessos e Biotecnologia, da UTP.

      Duração do cursoPUCPR, 4 anos; UFPR, 4 anos e meio. UFPR/Palotina e UTP, 3 anos.

      Mensalidade R$ 971 na PUCPR e R$ 447 na UTP. Não há grandes custos extras.SaláriosNão há piso para a categoria. Um recém-formado ganha entre R$ 2,5 mil e R$ 3 mil.

      Vagas e concorrênciaUFPR/Curitiba – 30 vagas, integral; 13,5 candidatos/vaga em 2009. PUCPR – 60 vagas, manhã; 3,5 candidatos/vaga em 2009.

      Algumas disciplinasUFPR – Fundamentos da Engenha­ria de Bioprocessos e Biotecnologia (1º período), Cálculo Diferencial e In­te­­gral (3º), Biotecno­logia Aplica­da à Indústria de Alimen­tos e Bebi­das (8º).PUCPR – Fundamentos da Bio­­tecnologia (1º), Biologia Molecu­lar (4º), Bioinformática (5º).

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