A busca por formas de produção e consumo sustentáveis e que gerem menos impacto ambiental é uma preocupação cada vez mais presente no meio acadêmico. Esta recente demanda por pesquisas e pelo desenvolvimento de novos produtos na área de combustíveis renováveis, os chamados biocombustíveis, fomentou o surgimento do curso de Tecnologia em Biocombustíveis. O curso superior visa atender uma demanda existente por profissionais com formação específica na área, que irão atender empresas especializadas, acompanhando o crescimento do mercado.
"Na Região Oeste do Paraná nós temos um grande polo produtivo de plantas oleoginosas, como a soja, que são matéria-prima para o biodiesel. Além disso também temos muitas empresas que trabalham com o agronegócio e também fornecem matéria-prima", afirma Helton José Alves, coordenador em exercício do curso da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no câmpus de Palotina.
Essas características foram atrativos para Vinícius Kothe, de 22 anos, que está no quarto período do curso. "Estudar em uma região que é conhecida pela grande produção de grãos e também fazer um curso até então inexistente no país foram grandes motivações para o vestibular", conta. O curso da UFPR foi pioneiro no Brasil, que hoje oferece poucos cursos na área, a maioria no estado de São Paulo.
Química e meio ambiente
O objetivo da formação tecnológica é preparar o aluno para atuar no mercado de trabalho sem esquecer a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias. Nos primeiros semestres o currículo básico do curso envolve as áreas de química, biologia e meio ambiente. No curso da UFPR, depois dos três primeiros semestres o aluno obtém o título de técnico em Meio Ambiente.
Ao longo dos outros períodos mais aulas em laboratório, em que irá se dedicar ao estudo, análise e produção de biocombustíveis com diferentes matérias-primas. As disciplinas também abrangem a área de físico-química com a transformação energética dos materiais.
Mercado em desenvolvimento
Como a pesquisa e a produção de combustíveis renováveis são atividades que começaram a ganhar força agora, a expectativa é encontrar um mercado de trabalho em expansão. "Atualmente os profissionais que trabalham na área são formados em Química ou Engenharia. Os tecnólogos com formação específica encontrarão um espaço certo nas empresas do ramo", afirma Daniella Cristina Magossi, coordenadora do curso da Faculdade de Jaguariaíva (Fajar).
"Como ainda não há profissionais formados, acredito que as vagas até agora ocupadas por pessoas de outras áreas futuramente serão ocupadas por nós", conta Vinícius. Para o professor Helton, atualmente há um apelo muito grande para o uso dos biocombustíveis, o que fará o mercado crescer a cada ano.