Profissional sem fronteiras

Michelle Taverna, 29 anos,é uma enfermeira que trabalha na terra e no ar. Quando está com os pés firmes no chão, ela é professora universitária, presta consultoria para o Ministério da Saúde e dá aulas para comissários e instrutores de voo. Mas Michelle também oferece cuidados especiais a pacientes graves que precisam ser deslocados por helicóptero ou avião. "Existem alterações fisiológicas no indivíduo quando ele está num avião e o enfermeiro precisa estar preparado para essas situações", explica ela, que se formou em 2003 pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP) e hoje coordena o curso de especialização em Transporte Aeromédico da Universidade Positivo (UP).

O dia a dia de Michelle é um bom exemplo da rotina puxada dos profissionais formados em En­­­fermagem. Os enfermeiros trabalham muito e geralmente têm mais de um emprego. "Se eu ga­­nhasse melhor talvez não me en­­volvesse em tantos projetos", afirma. Entre outras funções, esses profissionais administram os me­­dicamentos prescritos pelo médico, fazem curativos e realizam todos os procedimentos conhecidos como invasivos, como, por exemplo, a colocação de sonda urinária. Eles acompanham o paciente 24 horas por dia. A coordenadora do curso de Enfermagem da UP, Olga Peterlini, explica que os enfermeiros também podem fazer partos normais e sem complicações, desde que tenham especialização em obstetrícia.

O enfermeiro atua em hospitais, unidades de saúde, indústrias, escolas e serviços de emergência como o Samu (Serviço de Aten­­di­mento Móvel de Urgência ) e o Siate (Serviço Integrado de Aten­dimento ao Trauma em Emer­gência). Entre as especialidades em expansão es­­tão a nefrologia (cuidado de transplantados renais e pacientes que fazem hemodiálise) e o aconselhamento genético (em que in­­forma o paciente sobre a probabilidade de ocorrência de doenças hereditárias na família). Outra possibilidade é trabalhar no setor de saúde coletiva, orientando a população sobre a prevenção de doenças e desenvolvendo programas de promoção da saúde.

Ficha Técnica

Conheça detalhes do curso e da atividade profissional:

Onde estudarNo Paraná, há 50 cursos de Enfermagem, entre eles o da UFPR e os das estaduais UEPG, UEM e UEL, que foi a única instituição que recebeu, em 2007, nota máxima (5) do MEC no Conceito Preliminar de Curso.

Duração do cursoQuatro anos, em média.

MensalidadeNa UP, é de R$ 789,80.

Outros custosAlém das despesas com os livros didáticos, o aluno de Enfermagem precisa adquirir materiais de apoio ao diagnóstico, como o estetoscópio, que custa em média R$ 100, e o aparelho para medir a pressão, encontrado por aproximadamente R$ 200.

MercadoOs recém-formados conseguem entrar rapidamente no mercado de trabalho. Em razão da baixa remuneração, entretanto, o enfermeiro normalmente tem mais de um emprego.

SaláriosUm projeto de lei do deputado federal Mauro Nazif prevê a criação de um piso equivalente a dez salários mínimos (R$ 4.650). A proposta ainda está em tramitação no Congresso Nacional. Atualmente, a remuneração do enfermeiro varia de 1,2 mil a 3,2 mil, para uma jornada que normalmente é de 6 horas por dia. Na saúde coletiva e na indústria, os enfermeiros costumam trabalhar oito horas por dia.

Algumas disciplinasGenética Humana, História da Enfermagem, Saúde Mental são algumas das matérias do curso da UP.

ConcorrênciaO vestibular da UFPR oferece 55 vagas. No vestibular deste ano a concorrência é de 8,27 candidatos por vaga.