De olho na carreira
O investimento na formação dos funcionários está cada vez mais presente na cultura organizacional. Saiba como usar essa onda a seu favor:
Conversa franca
Profissionais podem sugerir algum treinamento ou pedir ajuda para o pagamento de um MBA, por exemplo, convocando uma mesa de negociação. É importante mostrar aos gestores que essa seria uma situação boa para todos.
Retorno de desempenho
Nenhuma organização investe na formação de seu pessoal sem que haja uma contrapartida. Ao oferecer treinamento, a empresa espera que o colaborador valorize a oportunidade e possa mostrar resultados na sequência.
Novas oportunidades
Caso a empresa não subsidie a formação e coloque empecilhos para os estudos, o melhor é avaliar se não valeria mais a pena trocar de emprego, em nome de seu próprio crescimento.
Novas atribuições
Ao alcançar uma posição mais elevada na hierarquia da empresa, muitas vezes o profissional pode não estar completamente preparado para assumir a nova função. Esse também é o momento para solicitar à empresa auxílio preparatório. Caso a resposta seja negativa, é importante buscar formação por conta própria.
Do próprio bolso
Se os estudos são para o desenvolvimento pessoal ou são planejados com a intenção de conseguir uma colocação em outra organização, eles devem ser pagos pelo próprio colaborador.
Fonte: Redação, com especialistas consultados.
Diante da proposta
Recusar uma oferta de formação proposta e bancada pela empresa só deve ocorrer quando há uma boa justificativa. "Quando não há razão concreta, o empregado pode ser considerado acomodado ou desinteressado em vestir a camisa da empresa e as portas vão se fechando", alerta a economista Ana Lúcia Santana.
Tirar proveito da formação e deixar a empresa logo depois também abala a imagem de qualquer funcionário. "São coisas que repercutem no mercado todo. O funcionário que troca de emprego por salário e não reconhece o investimento que a empresa fez nele fica marcado", diz a coach executiva e professora da Escola de Negócios da PUCPR Daniela Forster.
Enquanto as universidades formam muitos profissionais generalistas, há muitas funções no mercado de trabalho que pedem um entendimento profundo de determinada etapa de um processo. "Essas pessoas especializadas não são encontradas com facilidade no mercado, por isso as empresas têm de investir em formação", explica a economista Ana Lúcia Santana, chefe de gabinete da Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Esse investimento interno leva a um ciclo que parece desleal profissionais que fazem treinamentos oferecidos por empresas tornam-se mais disputados pelo mercado e, para retê-los, o empregador terá de desembolsar mais dinheiro. Entretanto, esse risco tem ficado em segundo plano em um número cada vez maior de empresas, que têm obtido sucesso em reter mão de obra qualificada.
Além de monitorar os cursos oferecidos pelas universidades, as empresas criam cursos direcionados para as suas necessidades. A Totvs, por exemplo, ligada ao ramo de tecnologia, adota um modelo de carreira sustentável e só neste ano deve investir R$ 600 mil em treinamentos técnicos e organizacionais. Para 2013, o plano é ampliar a formação com bolsas de especialização e idiomas. "Um plano de carreira bem desenhado e o constante investimento em desenvolvimento são as principais ferramentas para a preservação desses profissionais", diz o gestor de Capital Humano e Estratégico Antonio Carlos Annies.
Estudante do 2.º ano de Ciência da Computação, Marcos Perusselo é exemplo disso. Aos 18 anos, ele diz já ter se encontrado na carreira. Ele conseguiu o primeiro emprego depois de ter feito um curso de 88 horas promovido pela Totvs dentro da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), onde estuda. "Mandaram e-mail avisando do curso, mas sem dizer que alguns seriam contratados. Quando o curso terminou, chamaram todos para entrevista e depois do processo seletivo fui contratado. Estou muito satisfeito", diz.
Opções
Ao lado dos cursos de Educação a Distância (EaD), os tecnólogos também têm ganhado a atenção de empresas. Por suas características, mais direcionadas à prática do mercado, esses cursos têm crescido em número e variedade. "É um curso flexível e voltado para as necessidades das organizações, feito sob medida", conta Ronaldo Casa Grande, diretor-geral do Centro Tecnológico da Universidade Positivo. Além disso, também há empresas que facilitam o acesso a graduações e pós-graduações generalistas ou feitas especificamente para o seu público interno.
>>> Confira algumas empresas locais que têm levado seus funcionários à universidade ou encontrado novos colaboradores nela***:
Totvs
Possui treinamentos a distância, presenciais técnicos e organizacionais ministrados pelos líderes da organização. Tem parceria com a PUCPR, onde criou um curso sobre desenvolvimento de software. Cerca de 15% dos alunos certificados entram para a empresa. A intenção é aumentar essa participação para 30% em dois anos.
Volskwagen
Junto com a Universidade Positivo, a Volks criou um curso tecnólogo de 2,6 mil horas (três anos) de Gestão da Produção Industrial na Área Automobilística. Além de subsidiar os custos do curso para alguns funcionários, ainda contrata tecnólogos que passaram por ele.
Sofhar
Tem parceria com a PUCPR e oferece a maior parte dos subsídios para pós-graduação dos funcionários, além de encarar os programas de desenvolvimento profissional como estratégia de retenção de talentos.
América Latina Logística (ALL)
Com foco na formação ferroviária, a empresa criou diversos programas de trainee e de formação continuada, entre eles a Universidade da ALL, reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC).
GVT
Mantém a Universidade Corporativa, que oferece cursos como Liderança e Gestão. Ainda criou o programa Talento Interno, para que os funcionários pudessem mudar de área e função.
HSBC Global Technology
Com investimento em graduações, cursos de idiomas e e-learning, a empresa, que é uma das divisões de TI do banco, aposta na formação continuada.
***Fonte: Redação, especialistas consultados e ranking das "20 melhores empresas para se trabalhar no Paraná" (do Instituto Great Place to Work), publicado pela Gazeta do Povo.
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