Interior
Alunos tomam rádio da UEM por melhorias
Fábio Guillen, Gazeta Maringá
Após ocuparem a Reitoria da Universidade Estadual de Maringá (UEM) na quinta-feira passada, acadêmicos tomaram a Rádio UEM FM (106.9) na manhã de domingo. Durante a programação, eles divulgaram notas sobre as reivindicações estudantis e criticaram o governo estadual sobre o corte de verbas da educação neste ano.
"Estamos usando a rádio da UEM para mostrar para a sociedade o que de fato está acontecendo. É um direito nosso mostrar nossa opinião", contou o coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Celso Monteiro.
Reivindicações
Além de criticar o corte de verbas para educação, os estudantes protestam contra a falta de estrutura do Restaurante Universitário (RU) e a inexistência de unidades do RU nos outros câmpus da instituição.
O reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho, atendeu os alunos na semana anterior e reforçou que os pedidos dos estudantes serão atendidos. O reitor pediu a desocupação da reitoria, que foi negada pelos estudantes. Após 20 horas da ocupação, estudantes permanecem na reitoria da UEM.
Quatro representantes do DCE vão hoje a Curitiba, onde se reúnem às 11 horas com o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Alípio Leal.
O DCE informou que a reitoria e a rádio só serão desocupadas se o governo estipular prazos para atender aos pedidos.
A assessoria de imprensa da UEM informou que a rádio havia sido desligada pela instituição depois que os alunos ocuparam a Reitoria. O reitor tenta também negociar com os estudantes a desocupação da rádio.
Mesmo com a greve em andamento, o Calendário Acadêmico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), por decisão do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), foi iniciado ontem, mas nem todas as turmas retomaram as atividades. Entre os cursos que tiveram aula estariam Administração, Direito, Ciências Contábeis e engenharias. Já Enfermagem, Economia, Filosofia, Matemática e Química ainda estavam paralisados nesta segunda-feira, de acordo com informações de leitores que escreveram à Gazeta do Povo.
A retomada do calendário aconteceu a pedidos da comunidade, segundo o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho. "Recebemos pedidos para que se retomassem as atividades. Não queremos confrontar o direito à greve, mas queremos respeitar o direito daqueles que entendem que devem retomar o trabalho", conta.
Ocupação
Os estudantes que ocuparam o prédio administrativo da Reitoria na última sexta-feira continuavam "acampados" e impedindo a entrada de funcionários até a noite de ontem. A UFPR e pelo menos outras quatro universidades brasileiras foram invadidas por alunos. Segundo a estudante do 5.º ano de História Rebeca Freitas, 22 anos, uma das alunas que estava na ocupação do prédio, somente estudantes e pessoas que apoiam a greve são autorizados a entrar. Ela conta que os alunos não devem deixar o prédio antes das 19 horas de hoje, quando se reúnem em assembleia para discutir as propostas recebidas ontem. "Vamos decidir se elas serão aceitas ou se não são suficientes", afirma.
O reitor afirma considerar um desrespeito a ocupação do prédio e conta que entre as propostas recebidas pela comissão de negociação dos estudantes estão o aumento do horário de funcionamento das bibliotecas e do restaurante universitário, aumento no valor das bolsas e novas moradias universitárias.
"Para mim essa ação foi surpreendente, é atitude de agressão à democracia e uma ruptura da negociação que vínhamos fazendo com a mesa aberta. Colocamos na pauta entregue comentários e ações concretas para cada um dos itens. Provavelmente na quarta de manhã acontece nova negociação, mas os alunos se anteciparam informando que vão manter a ocupação da Reitoria", diz.
Professores e servidores
Os professores também receberam uma proposta de melhora das condições de trabalho e reúnem-se em assembleia no início da tarde de hoje para uma análise. "Eles vão avaliar a assinatura do acordo nacional e a solução das pautas locais e entendemos que deve haver um encaminhamento para a finalização da greve deles", afirma Zaki Akel. Enquanto isso, os servidores, que aguardam a definição da pauta nacional, também marcaram uma assembleia para hoje pela manhã, no restaurante universitário.
É aluno da UFPR? como estão as movimentações no seu curso? Escreva para vidauniversitaria@gazetadopovo.com.br.
Feira de Profissões tem data alterada outra vez
A nona edição da Feira de Cursos e Profissões da UFPR foi remarcada outra vez, agora para os dias 16, 17 e 18 de setembro (sexta, das 9 às 18 horas; sábado e domingo, das 8 às 18 horas). A data limite para a inscrição no processo seletivo também foi prorrogada. Os estudantes podem se inscrever ao vestibular da UFPR até o dia 23 de setembro.
Para Ray Garbelotti, coordenador-executivo da feira, a data, que já teve outras mudanças, não deve ser alterada. "Os preparativos continuam os mesmos e a infraestrutura está toda preparada. Acreditamos que possa haver uma diminuição na participação de alunos de outros estados, mas como a inscrição para o vestibular também foi alterada, esperamos que o público esteja cativo. Até 23 de setembro fica dentro do prazo do objetivo da feira, que é divulgar a universidade para os pré-vestibulandos do ensino médio", diz.
A Feira de Profissões é um dos maiores eventos da UFPR e oferece palestras sobre cursos disponíveis, visitas guiadas aos câmpus e mais de 100 estandes sobre os cursos. Mais informações pelo site www.feiradecursos.ufpr.br