Falhas no processo disciplinar que demitiu uma professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL) em julho de 2012 podem resultar no afastamento da reitora da instituição, Nádina Moreno. A decisão seria a última instância do processo administrativo, que está em votação nesta sexta-feira (1º) pelo Conselho Universitário da UEL.
O pedido de votação para a abertura do processo contra a reitora foi feito pelo Sindicato dos Servidores Públicos Técnicos Administrativos da UEL (Assuel). A alegação da Assuel é que a reitora teria cometido prevaricação. "Houve irregularidades que causaram prejuízo financeiro à UEL, e ela não fez nada a respeito", disse o diretor financeiro da Assuel, Arnaldo Melo.
De acordo com Melo, processos disciplinares só podem ser formados por professores que tenham, no mínimo, o mesmo nível de graduação do investigado. "A professora demitida era doutora. A comissão que julgou o processo dela teria que ser formada por doutores e pós-doutores. Não foi o que aconteceu", explicou.
A reitora, segundo Melo, sabia dessa irregularidade e não teria tomado as providências necessárias para corrigir o processo. A professora foi reintegrada ao quadro de servidores da UEL após recurso que questionava a legalidade da comissão. Durante o período em que ela esteve afastada, a universidade arcou com os salários de um substituto. Ao ser readmitida, porém, a professora recebeu os salários retroativos ao período em que esteve fora da UEL. "Houve pagamento em duplicidade, com prejuízo para a instituição. Se a reitora tivesse conduzido o processo como deveria, isso não teria acontecido", avaliou o diretor financeiro da Assuel.
A reportagem está tentando contato com a reitora Nádina Moreno. Por volta das 9h20 ela participava da reunião do Conselho Universitário e estava com o celular desligado.
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