A participação na disciplina de Economia do Terceiro Setor, oferecida na Universidade Federal do Paraná como matéria optativa aos alunos de Ciências Econômicas, leva os alunos a compreenderem melhor esse amplo universo formado por ONGs, OSCIPs, Fundações e outras tantos tipos de instituições que compõem o setor, além de nos apresentar o chamado Setor 2 e ½ (Negócios Sociais ou Inclusivos). Esse curso vai além da teoria e convida os alunos a botar a mão na massa e elaborar um projeto na área.

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Foi da sala de aula que saiu o Projeto Hortas Urbanas Comunitárias. Inicialmente batizado pela dupla que o elaborou de Projeto Colheita Feliz, ele parte de uma ideia bastante simples e que já é até incentivada por algumas prefeituras: transformar um terreno num espaço para cultivo de legumes e hortaliças, com produção destinada à parcela mais pobre da comunidade ao seu redor. Nesse projeto serão beneficiados aqueles com menor renda e a prioridade na distribuição da produção será para as famílias com idosos e crianças. O cuidado com a horta ficará a cargo das próprias famílias participantes e o terreno será usado em sistema de comodato, negociado diretamente com o proprietário.

Quando foi selecionado para se tornar um projeto de extensão, o (até então) Colheita Feliz passou por modificações. A primeira delas foi deixar de ser um projeto de Economia para se tornar um projeto multidisciplinar. Alunos do setor de Ciências Agrárias foram convidados a integrá-lo, coordenados por uma professora do Curso de Ciências Florestais. Com a ajuda deles, algumas novas ideias foram sendo incorporadas ao projeto, como a de viabilizar um cultivo de vegetais orgânicos - que não utilizam agrotóxicos nem fertilizantes químicos. Além disso, poderiam ser selecionados vegetais de fácil cultivo e manejo, de forma que parte da horta pudesse servir também como uma atividade extra-classe para as crianças da comunidade e como passatempo para os idosos.

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O Projeto Hortas Urbanas Comunitárias foi ganhando forma e hoje já tem local para a implantação do seu piloto: o bairro Borda do Campo, em São José dos Pinhais. Foi feita uma parceria com a Associação Borda Viva para identificação dos potenciais participantes e o terreno a ser utilizado, cedido por uma empresa que também é parceira do projeto, permitirá o trabalho com pelo menos dez famílias da região.

Pensado para se tornar autossustentável - tanto do ponto de vista financeiro quanto gerencial - o projeto deverá capacitar esses participantes para que no futuro eles consigam prosseguir com o projeto sem o auxilio da Universidade e de eventuais mantenedores. Para tanto, é previsto que o projeto tenha parte de sua produção vendida para restaurantes, mercados ou para o restante da comunidade e que o valor arrecadado com a venda seja utilizado na compra de novos insumos e ferramentas. Também estão previstas palestras com nutricionistas, que deverão ensinar à comunidade como aproveitar melhor os alimentos vindos da horta.

Transformar um projeto de sala de aula em projeto de extensão é uma iniciativa que aproxima a universidade da comunidade, oferecendo tanto aos alunos quanto aos cidadãos experiências que geram benefícios para todos.

* Tauanny Juliano, acadêmica do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Paraná.

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